Fhop Blog

Série de Davi: A formação de um caráter aprovado

chamado

Hoje te convido a meditar sobre o início do chamado de um importante personagem da bíblia: Davi. Com certeza temos muito a aprender na vida dele.

Em Belém temos o início do chamado de Deus sobre a vida de Davi.

O que Davi estava fazendo nessa época?

Pastoreando um pequeno rebanho de ovelhas de seu pai Jessé. Então, Deus envia Samuel para ungir um dos filhos de Jessé para ser rei em Israel.

Depois desse momento em que Deus unge Davi por meio do profeta Samuel, até o momento em que Davi vai de fato assumir o reinado de Israel, se passam cerca de 15 a 20 anos. Muitas provas e adversidades ainda o aguardavam em sua jornada. Vemos a formação de um caráter aprovado sendo moldado.

O mesmo acontece conosco,  Deus nos escolhe, mas precisamos estar preparados para cumprir seu chamado. Precisamos de um caráter aprovado.

Assim,  Davi teve que passar pela escola do quebrantamento e continuar lidando com a rejeição de sua própria família. Enquanto  ele era desprezado por seus irmãos,  Davi aproveitou a oportunidade para se aproximar ainda mais de Deus enquanto cuidava das ovelhas no campo.

“Também elegeu a Davi seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas; E o tirou do cuidado das que se acharam prenhes; para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança. Assim os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou pela perícia de suas mãos”. Salmos 78:70-72

Davi é ungido na simplicidade de sua vida em Belém

Antes de tudo, vamos relembrar o que estava acontecendo em Israel. O povo era governado por Deus, não havia rei sobre eles. Mas eles pediram ao profeta Samuel que queriam, assim como as outras nações, ter um rei para governá-los (I Sm 8:7).

Deus levanta Saul como rei sobre Israel. O nome de Saul significa “pedido a Deus”, pois o povo ao rejeitar o governo de Deus, pediu sobre eles um rei. Saul reinou por 40 anos a pedido dos homens. Não vamos nos aprofundar na história de Saul, mas sabemos que Saul rejeitou a Deus (I Sm 15:26) por isso, Deus escolheu Davi para suceder o reino de Israel.

Contudo, Davi foi ungido rei por Samuel, por uma ordem de Deus  (I Sm 16:12). O nome de Davi significa “amado por Deus”. Já nessa época, em sua rotina singela nas colinas de Belém, em sua simplicidade de vida ele se deleitava em Deus. Quando lemos o capítulo 16 de primeira Samuel, vemos que quando Jessé traz seus sete filhos, sem nem se dar ao trabalho de mandar chamar o oitavo filho, Davi, a atenção de Samuel vai para o filho mais velho. Ele vê Eliabe e sua aparência, mas Deus logo chama a atenção de Samuel e diz que ele está olhando apenas para o exterior, mas que Deus vê o interior, o coração. Que incrível não é mesmo?

Porém, quando chamam Davi, Deus logo confirma a Samuel: “É este, unge-o”. Por isso sabemos que Davi foi escolhido por Deus. O propósito de Davi era agradar  o Senhor, e Deus viu isso nele. Davi, um homem segundo o coração de Deus, a formação de um caráter aprovado estava avançando.

A formação de um caráter em atitudes de mansidão e humildade

Nesse ínterim, os alicerces da vida de Davi são estabelecidos. Davi quer ser segundo o coração de Deus. No momento em que foi ungido, a confiança em Deus foi vista na vida de Davi. A confiança era tanta que era como se Davi pensasse: “Se Deus me ungiu, ele me colocará no trono”. Davi não levantou espada para conquistar um trono, não lutou por si. Deus deu-lhe o trono, não foi ele quem pediu. Então vemos essa atitude de mansidão e humildade sendo gerada em sua vida desde muito cedo.

Desde que, mansidão e humildade estavam sendo geradas nele, pois um dia ele seria rei, como ele governaria? Com punho forte ou em mansidão e humildade? Note que a identidade de Davi foi primeiramente estabelecida no seu relacionamento com Deus. O trono para ele passou a ser secundário. Vemos isso em suas escolhas, o objetivo dele passou a ser: amar a Deus, manter o coração puro diante de Deus e contemplar sua beleza. E o trono seria a consequência disso (Sl 27:4).

Davi em Belém – Um homem segundo o coração de Deus

Com certeza, a vida de Davi serve de exemplo para todos nós. Uma pessoa que teve uma vida cheia de erros como todos nós. Mas com uma enorme diferença: um coração voltado para Deus – é o que precisamos ter também. Mesmo em meio a erros e acertos, ele se arrepende e seu coração o leva de volta a Deus. Davi se arrependia dos seus pecados  e tinha plena consciência de que servia a Deus. Davi tinha um relacionamento com Deus. Como? Ele sempre apresentava para Deus suas mágoas e  suas alegrias. Davi se abria diante de Deus. Por isso foi considerado segundo o coração de Deus.

Por vezes até seus desejos de que seus inimigos morressem, ele os colocava diante de Deus. Mas ele também era rápido em reconhecer o quão pequeno e necessitado ele era. Ou seja, em momentos de raiva, ele clamava a Deus e também em momentos de contrição. Os Salmos nos mostram esses momentos de orações sinceras de Davi.

Como naquela ocasião onde após cometer um dos grandes erros de sua vida, de se envolver com Bate-Seba e matar Urias, ele prontamente diz: “pequei contra Deus” (Sl 51:4). Ao ser confrontado pelo profeta Natã, ele aceita a correção e  não foge da presença de Deus. Davi não tem falsa espiritualidade diante de Deus.

“Pois Davi fizera o que o Senhor aprova e não deixara de obedecer a nenhum dos mandamentos do Senhor durante todos os dias da sua vida, exceto no caso de Urias, o hitita”.1 Reis 15:5

A formação de um caráter aprovado

Definitivamente havia uma graça sobre Davi, por causa desse coração temente a Deus. Podemos ver isso durante toda sua história. Por isso podemos usar seu exemplo de orações sinceras e praticá-las diante de Deus.

Afinal, quantas vezes nós mesmos sentimos raiva e  mágoas? E por que não expô-las diante daquele que sonda nossos corações? Ou em momentos de alegrias, em momentos em que estamos tão cheios de gratidão, nós expressássemos isso diante de Deus por meio de canções ou mesmo orações de ações e graças? Isso deve nos motivar a levar todas as coisas, todas as nossas dúvidas e  angústias diante dele. Isso é relacionamento com Deus e é permitir a formação de um caráter aprovado pelo Espírito Santo.

Por fim, não lute por você, pela sua unção e  pelo trono. Deus nos chamou, por isso devemos amadurecer nossa fé a ponto de confiar que Ele fará. Não importa a rejeição por parte de nossas famílias, não importa como Saul tenha nos tratado, devemos entregar ao Senhor todas essas situações e confiar que Ele é quem vai nos estabelecer. Que Deus possa olhar para nós e também dizer: “Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade“. Atos (13:22).

A primeira vez que senti vontade de viajar às nações ainda era uma criança e esse desejo nasceu quando meu pai me presenteou com um atlas. Ali comecei a estudar os países e suas capitais.

Portanto, esse foi o início da minha jornada como missionária…

Todavia, minha paixão por nações começou antes que conhecesse Jesus. Aceitei Jesus aos nove anos de idade e comecei a ter profundas experiências com Ele aos 12 anos. Já aos 13, disse a Jesus que queria ir a povos diferentes em Seu nome.  

Cumprindo a missão em todas as esferas 

Aliás,  alguns como eu irão para fora do seu país, mas outros serão uma voz em suas famílias, escritórios, igrejas locais. Todos são importantes, pois a missão é ter o evangelho sendo propagado por tantos lugares. 

Ademais, todos os anos que estudei, trabalhei e as experiência que tive me levavam para mais perto do lugar no qual estou hoje. Acredito que não importa o lugar que você está, Deus te chamou para ser luz neste lugar. 

Certamente, devemos ser discípulos de Jesus em todas as esferas da sociedade. 

Por muitos anos orei com os mapas de muitos lugares diante de mim e sonhava com o dia que poderia tocar com meus pés aqueles lugares. Enquanto isso eu orava, semeava em oração e derramei muitas lágrimas por minha nação e por tantos outros povos. 

Minha espera era povoada de muitas pessoas indo de encontro ao seu chamado e eu precisei aprender a esperar e crer que Deus tinha o tempo certo para que vivesse aquilo que Ele me falava e até mesmo usava outras pessoas para falar. 

Meu tempo como missionária na FHOP 

Em 2016 comecei a servir em tempo integral como missionária na FHOP e isso foi um divisor de águas. Os sonhos começaram a acontecer e Deus começou a me mostrar um novo tempo a respeito do lugar de oração e até mesmo a respeito das nações. 

Na FHOP eu entrei em um lugar de crescimento. Doei meu talento trabalhando nos escritórios, nas conferências, na sala de oração, realizei o sonho de publicar meus textos. Foi um tempo no qual mesmo na espera de muitas coisas eu amadureci e me preparei para o que viria. 

Nesses anos de casa de oração, Deus começou a me falar que a hora de ir às nações estava chegando. Durante uma conferência Ele falou comigo por três dias sobre o meu tempo no Brasil que estava acabando e começou a me mostrar o que iria acontecer. 

Minha mudança para a Europa 

No meio do ano de 2019 eu me mudei para a Irlanda, lugar que faz parte do continente que mais orei até hoje. Meu amor pela Europa é tão grande que enquanto escrevo este texto estou com meus olhos cheios de lágrimas. 

Ele chamou uma criança que amava mapas, chamou donas de casa, pescadores, médicos. Ele quer os esquecidos e os que estão à margem e que acham que não tem nada para repartir. 

Eu também achava que não poderia, afinal, o que iria fazer num lugar estranho, no qual eu não falo a língua fluentemente? Aqui aprendi que Deus somente espera que eu obedeça e abra minha boca, o agir é Dele, sempre. 

Inegavelmente, fora dos seus medos existe pessoas sedentas para ouvir sobre Jesus, para ter esperança. 

Existem pessoas a espera de alguém que não apenas fale mas também viva o evangelho. 

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Como são belos os pés dos que anunciam boas novas! ” Romanos 10:14-15

A Europa tem me ensinado a compartilhar sobre Jesus para uma pessoa por vez e ver beleza nisso. 

Aprendi aqui que, se foi por uma pessoa que abri mão da segurança da minha vida, se foi por ela que estou longe daqueles que amo, tudo bem, já valeu a pena. 

Cumprir o Ide e fazer discípulos de todas as nações 

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mateus 28: 19,20

“Meu lar será aquele país onde eu puder ser mais usado ganhando almas para Cristo” ( Nikolaus Zinzendorf ) 

Aqueles que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão. Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes. Salmos 126:5,6 

Saiba, ser um cristão nas nações é viver Jesus, é pregar sem muitas vezes usar palavras e vivenciar Cristo nos lugares escuros. 

Ser luz onde já existe luz é absurdamente fácil, ser luz em meio à trevas, isso sim é desafiador e também extremamente recompensador. 

Certamente, todos de uma maneira ou de outra estão em uma missão. Não poderia deixar de falar que tão importante quanto eu que estou aqui, são aqueles que investem em minha vida através das orações e do suporte financeiro que me possibilita viver essa missão. 

Enfim, espero que o que repartir hoje possa abençoar você e te encorajar a viver a grande comissão que foi confiada por Jesus. 

 

Ser um discípulo cristão consciente, o que isso exatamente quer dizer? Todos nós que viemos a Cristo pela fé somos seus discípulos, pois não tem como ser um crente em Jesus e não ser seu discípulo. O que acontece é que às vezes nós podemos não ter a consciência do que implica ser um discípulo cristão autêntico. Ou até mesmo, com o passar do tempo, nós podemos estagnar, retroceder, não ser mais ativo, não amadurecer nosso chamado. Ou no extremo caso, podemos “simular” uma vida de discipulado cristão.

Afinal, somos discípulos ou fingimos ser, eis a questão. Uma coisa é “imitar” a fé, outra bem diferente é de fato vivê-la. Apesar de parecer estranho, sinto lhes dizer que infelizmente sim, é possível simular a vida cristã. Podemos simplesmente “assumir” um papel de discípulo cristão ou podemos permitir sermos transformados em uma pessoa diferente. Pois o papel de discípulo cristão verdadeiro exigirá de nós mudança de vida. Exigirá um processo de regeneração e santificação efetuado pelo Espírito Santo. Que nos fará viver uma natureza humana restaurada.

Por isso, Jesus será duro com quem simula uma vida de discípulo: “Como sepulcros caiados, bonitos por fora, mas por dentro cheios de toda imundícia” Mateus 23:28. Então, é possível ser um discípulo hipócrita ao simular a vida cristã. E ao simular, deixamos de alcançar a identidade cristã verdadeira. Como um impostor, pois não enganamos apenas aos outros, mas também porque prejudicamos a nós mesmos, sendo o próprio hipócrita.

O Chamado Do Discípulo Cristão

Desse modo, em Cristo, por meio do Espírito Santo, somos chamados a ser seus discípulos. Não para fingirmos ser algo que não somos, pelo contrário, mas para sermos o que realmente somos: novas criaturas em Cristo. Realizar e desempenhar nossa verdadeira identidade. A identidade de pessoas criadas e recriadas em Cristo é a nossa santa vocação de discípulos cristãos, essa é a nossa formação espiritual. Para isso se faz necessário conhecer a história da qual fomos inseridos. A fim de desempenhar ou realizar com consciência nosso papel de discípulos cristãos. Pois só seremos formados espiritualmente por meio da Palavra e do Espírito.

Para isso, os discípulos cristãos precisam cultivar hábitos santos. A nossa jornada de discípulos cristãos exige muito. Não é um chamado para qualquer pessoa e uma pessoa que tenta simular não aguenta por muito tempo. Renúncias fazem parte do nosso chamado de discípulos cristãos. Os discípulos cristãos foram chamados a uma vida de santidade e esse chamado requer hábitos diários sagrados. Nós devemos ficar em forma, isto é, manter-nos santos. A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou (João 4.34).

De fato, nós, como discípulos cristãos, devemos crescer em nossa nova identidade e desempenhar nosso papel em público com paixão e verdade. A Bíblia nos dá muitas instruções para que o nosso modo de viver seja de um discípulo cristão consciente, como por exemplo:

“enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18); “acrescentai virtude à vossa fé, e conhecimento à virtude “(II Pedro 1:15); “crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor” (II Pedro 3:18) e ainda “sereis santos, porque eu sou santo. Andai com temor” (I Pedro 1:16-17).

Esse é o papel que temos a desempenhar nesta jornada.

Sendo um Discípulo Consciente

Ao passo que o nosso chamado de discípulos cristãos é bem específico, nós nunca apontamos nosso discipulado para nós mesmos. Mas para Cristo, “a cabeça do corpo, que é a igreja” (Colossenses 1:18). Nós não caminhamos sós, mas vivemos em comunhão. A nossa jornada como discípulos cristãos é para ir além do que é comum, além do óbvio para o mundo. Somos sal e luz justamente como exposição da realidade que Cristo nos revela. É por meio de uma vida de renúncia a nós mesmos, amando a Deus acima de tudo e servindo aos outros que faremos a diferença em um mundo de trevas. Todo discípulo cristão deve acordar e tomar consciência do seu chamado para ser luz e trazer a realidade, ou seja, apontar para Cristo nesse mundo errante.

Como podemos então ser discípulos cristãos conscientes?

Trarei apenas alguns pontos iniciais para nossa reflexão:

  • Tenha uma vida privada de devoção. Isso refletirá quando você estiver em alguma reunião coletiva. Tendo uma vida de devoção privada, impedirá você de cultuar a Deus no coletivo de forma mecânica. Em seu livro sobre Oração, Timothy Keller fala de forma formidável em como a vida de oração privada e a oração pública crescem juntas. E claro, ao priorizarmos a vida interior, nós nos privamos de nos tornarmos hipócritas, ou seja, não seremos capazes de simular uma vida de discípulo;
  • Crescer em conhecimento de Deus. Desempenhar nosso papel de discípulo cristão envolve além da devoção privada, a comunhão na igreja e  a participação na adoração comunitária. Quando estamos em comunhão, celebramos a boa notícia de que Cristo nos encontrou. Quando nos reunimos com outros discípulos de Jesus, isso nos ajuda a ter consciência de nosso chamado em sermos corpo de Cristo;
  • Instrução na Bíblia por meio de pequenos grupos. Quando lemos os evangelhos, nós vemos Jesus muitas vezes ensinando para multidões, mas vemos também ele ensinando em casas, para grupos pequenos. Precisamos ter essa prática de juntos estudarmos sobre os ensinamentos Bíblicos. Além de ser saudável, nos faz crescer em convivência e relacionamentos;
  • Ter a prática de pedir ajuda a lideranças a respeito de pecados e dificuldades pessoais. A prática de confessar pecados, por exemplo, cultiva em nós virtudes que nos conduzem à verdade, como humildade, paciência e honestidade e nos livra de viver uma vida hipócrita. Confessar os pecados é confessar-se pecador.

Vivendo de maneira digna do chamado de ser discípulo

Por fim, ser um discípulo cristão consciente é ser alguém que entendeu seu papel de conhecer a Deus que é amor, participando de seu amor por outros. Ser discípulo de Cristo é ser testemunha de seus feitos. Assim como Cristo, os discípulos devem concentrar-se tanto em seu chamado, que venham a esquecer-se de si mesmos. Nós como discípulos de Jesus Cristo, não precisamos segui-lo exatamente da mesma forma. Tanto Pedro quanto João foram discípulos exemplares, mas cada um projetou a si mesmo no seu papel e assim o desempenhou de formas distintas. É o Espírito Santo que nos capacita a viver o mesmo papel de discípulos, de diferentes formas. De modo que cada um de nós acrescenta algo único e assim contribuímos para a riqueza do seu reino.

Que nós possamos viver de maneira digna desse chamado tão grandioso. Nós como discípulos cristãos conscientes, precisamos dessa clareza que tem a superioridade do que recebemos como discípulos de Cristo em relação a todas as outras coisas. Sem isso, não teremos essa consciência e não alcançaremos sucesso em nossa jornada de discípulos. Não seremos capazes de cumprir nosso chamado e nos aprofundar na vida do reino de Cristo. Um discípulo cristão consciente sabe que nada possui e por isso segue Aquele de quem tudo recebeu.

“Os discípulos foram e fizeram o que Jesus tinha ordenado”. Mateus 21:6

 

*Algumas partes foram utilizadas com base no livro: ” O Drama da Doutrina” de Kevin J. Vanhoozer.

 

De que forma podemos ser Igreja de Cristo fora das quatro paredes? A igreja possui uma função fundamental na sociedade, pois ela revela a glória e a sabedoria de Deus. Isto é possível porque Jesus separou discípulos que ouvem as suas palavras e fundamentam suas vidas por elas. O ato de considerar a vida em Jesus mais valiosa que qualquer ambição é o tesouro dessas pessoas.

Por isso, revelar a glória de Deus é a atuação mais preciosa da igreja, pois nela está a resposta que o mundo precisa. Ainda mais diante da evidência de que presenciamos tempos difíceis, mesmo sendo uma época em que a democracia, os direitos e deveres têm mais espaço nas legislações do que nunca antes, o papel da Igreja extravasa o ambiente dos cultos.

E isto não significa a necessidade de mais eventos e reuniões, nem debates públicos sobre religião. Mas tem a ver com a influência que cada cristão exerce em seu lugar de trabalho e ambiente social.

Qual a nossa vocação como Igreja?

Somos chamados para duas funções importantes, como indivíduos e como Igreja. Como cristãos, somos chamados a sermos coerentes enquanto amamos a Deus e às pessoas, e como Igreja, a compartilharmos da mesma fé e adorarmos a Deus. Nos reunimos pelo mesmo propósito e ajudamos uns aos outros para que sejamos igualmente edificados.

Podemos frequentar a universidade, apreciar artes, e habitar em um mundo cheio de regras onde as pessoas tentam ser boas e corretas. Mas o que há de diferente em quem somos? Todo mundo não está tentando agir com bondade, pelo simples e convincente fato da necessidade do bem-comum e da vida em sociedade?

As pessoas buscam ser boas e fazer as coisas corretamente, por isso entendemos que a moralidade não existe só nas leis, mas também intrinsecamente em cada indivíduo. Entretanto, as leis por si só não detém o impulso de desobediência das pessoas. Em Cristo, porém, já fomos perdoados, e só Nele podemos viver não mais buscando sermos bons e aprovados, porque Nele já fomos aceitos. Nele podemos viver o verdadeiro amor e exercer misericórdia por simplesmente apreciarmos fazer isso. 

Cristãos com uma missão

Como indivíduos atuamos na sociedade, vivemos, cozinhamos, respeitamos as regras e temos opiniões. A nossa vocação como cristãos é expressar a glória de Deus enquanto existimos e somos úteis em uma área específica. Anunciar o amor e a misericórdia de Cristo deve ser o nosso intuito, por serem frutos que correspondem à salvação em Cristo.

Deste modo, não buscamos a aprovação das pessoas, mas os títulos que obtemos são dados pela graça de Deus. Com eles exercemos funções que cooperam com a edificação da Igreja e com a vontade de Deus para a sociedade e o local em que estamos inseridos.

Portanto, como discípulos de Cristo, nossa presença na sociedade deve ressaltar o valor da graça e da misericórdia de Cristo como uma luz que não pode ser escondida, por ser diferente de tudo o que a rodeia. Esta luz será revelada por meio da excelência, da honestidade, do serviço às pessoas, do fazer amizades e de demonstrar o amor de Cristo. E tudo isso, não seria possível desacompanhado da vida particular de devoção.

Igreja que revela a bondade de Deus 

Como Igreja precisamos identificar a bondade de Deus no mundo, o que faz com que a humanidade, as cidades e a vida como um todo sejam preservadas. Juntos, manifestamos a vida de Deus enquanto ajudamos com sabedoria os necessitados, visitamos os enfermos, discipulamos enquanto acompanhamos a vida de famílias, dentre outros.

Como Igreja, não apenas respondemos a causas emergenciais, nos sentindo com o dever cumprido, mas precisamos conhecer aquele a quem estamos alcançando, entrar no mundo dele e nos relacionar através de uma amizade que edifica. O intuito é discipular e levar essa pessoa ao amadurecimento da fé. Muitas vezes, apenas sanar as suas necessidades momentâneas não será o suficiente. Alguns casos são problemas crônicos, que exigirão maneiras diferentes de apresentar o evangelho, e demandarão um discipulado e acompanhamento efetivo.

A parábola do bom samaritano de Lucas 10:25-37 é um exemplo bem interessante de um amor extravagante: 

Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna? ” “O que está escrito na Lei? “, respondeu Jesus. “Como você a lê? ” Ele respondeu: ” ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’”. Disse Jesus: “Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá”. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo? ” Em resposta, disse Jesus: “Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes.

Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’. “Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? ” “Aquele que teve misericórdia dele”, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: “Vá e faça o mesmo”. Lucas 10:25-37

A parábola nos conta uma história de alguém que amou além do mínimo, e que isso é o esperado de alguém que ama Jesus. Isso pode ocorrer de diferentes maneiras, mas a mensagem principal é a de amar sem reservas. 

A criação aguarda a revelação dos filhos de Deus

E assim, entendemos que este processo de nos tornar parecidos com Jesus, e portanto, de juntos sermos Igreja, revela a glória e a sabedoria de Deus no momento presente, onde vivemos. Até o momento de Sua volta, anunciaremos a eternidade que virá, o grande dia em que os filhos de Deus serão de fato filhos, e não mais dominados pelos desejos deste mundo.

Ser Igreja nos exigirá a semelhança a Cristo, e esta nos demandará crescer em conhecimento de Deus através da Palavra e revelar este conhecimento em nossas vidas. A nossa certeza é que esta semelhança será efetivada na ressurreição dos mortos, no retorno de Jesus, ainda que isso hoje acarrete em sofrimento. Enquanto isso, a criação aguarda com expectativa a revelação dos filhos de Deus.

A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Romanos 8:19

E nós continuaremos revelando Sua sabedoria e glória através de uma expressão individual coerente e expressão de amor coletivo.

 

Você já pensou a respeito do que move os seus dias? É comum pessoas viverem no automático sem questionarem o por quê fazem o que fazem. Mas, mesmo vivendo dessa forma, existe um anseio intenso por um propósito. E sentir essa necessidade de “cumprir um propósito” é normal e humano, pois está atrelada ao “querer ser útil”. É a vontade constante de fazer a vida valer a pena.

O que acontece então é a busca pela felicidade, seja a longo ou a curto prazo. E quanto mais hoje em dia, em que as pessoas desejam um significado para as suas vidas, algo que direcione suas ações. Isto porque a felicidade é uma busca genuína e que tem relação íntima com a alma e a ambição subjetiva.

Neste sentido, você já pensou que este anseio por propósito é um sinal de que Deus é real e que a vida tem algo a mais?

“Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.” Eclesiastes 3:11

Este versículo provoca a questionarmos as motivações diante do entendimento bíblico e da cultura atual. E, como consequência, entender o fundamento cristão para alicerçar todos os objetivos e ajudar a descobrir seu propósito pessoal.

E será que é certo pensar assim?

O sentimento de fazer a vida valer a pena e de fazer o possível para sentir que não está perdendo tempo, é natural. Até é comum ouvir os conselhos como “dar a volta por cima” ou “fazer o que outros não fazem”. Mas, a busca pelo sentido da existência não começou a ser definida na época atual.

A filosofia tenta tapar o buraco que essa incógnita causa desde a antiguidade. E ela, desde o começo, se concentra em enfatizar sobre a necessidade do conhecimento de si mesmo. Isso resulta em uma busca interna que não pode ser definida por nada que é externo.

A felicidade ganha espaço e passa a ser o propósito absoluto da vida e, portanto, desvinculado de regras ou de interferências. E o que se desenvolve ao longo do tempo é que você é livre para se definir e definir tudo a sua volta, tendo por base a sua razão, o seu próprio sentido, as suas experiências pessoais e as idealizações do que você consideraria perfeito. Isso é tão forte ainda, que este pensamento molda a cultura até hoje. O sentimento cultivado resulta sempre na expressão de si mesmo.

A fé cristã como resposta ao anseio por propósito

Já o cristianismo fez uma releitura de toda a realidade, inclusive da realidade interior, o que predominou na Europa e moldou inclusive sua arquitetura durante muitos séculos. A fé em Cristo revelou o sentido abrangente e coletivo da vida humana, não apenas individual. Com isso, a fé cristã trouxe o verdadeiro sentido à vida terrena como alguém que se prepara para a vida eterna. Cuidar do que está disponível hoje por ser dádiva de Deus.

A Bíblia dá o ponto de referência de como se viver. Isto porque ela proporciona a experiência da vida a partir do relacionamento com Deus, por meio da fé em Jesus Cristo. E esta fé é o chamado crucial de todo propósito. É onde a motivação é gerada em dois aspectos importantes a destacar aqui: primeiro em uma expectativa, e segundo, em um compromisso pessoal e coletivo com o que Deus criou. 

O cristão tem um compromisso com o próximo, e consequentemente, com a sociedade. E a expectativa em Deus de que Ele está conduzindo a história. 

John Piper, em um sermão, por exemplo, expressa muito bem o motivo do cristão:

“Nós existimos para expressar uma paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas, para a alegria de todas as pessoas em Jesus Cristo.”

Descobrindo o seu propósito

O propósito está muito atrelado ao que você é. Mas, se a expressão de si mesmo for sua única motivação, talvez você está buscando definir o sentido da sua vida. Isso resultará em ansiedade e outros problemas. Também resultará em uma perspectiva pequena dos propósitos de Deus para a terra.

Mas, a Bíblia revela a existência de Deus, bem como a proximidade e o relacionamento do Senhor com toda sua criação. Porque a revelação de Jesus Cristo, como Senhor da vida e de tudo que existe, é o suporte suficiente e abundante para a alma. Ele é o significado de tudo o que você faz, porque glorificá-lo é o seu maior e mais relevante objetivo.

Um dos maiores desejos do ser humano é ter uma vida relevante. E nessa busca por significado é necessário descobrir nosso chamado. Compreender o papel que temos na história nos dará clareza para tomar decisões coesas quanto ao futuro. É preciso ser intencional. E, quando entendemos quem somos e para o que fomos colocados neste planeta, viveremos com mais contentamento, pois, caminharemos em convicção do nosso chamado. 

Então, voltemos ao início da história, porque ela nos aponta o fim. Como nossa aventura começou? E por que Deus decidiu nos criar? Como homem e mulher, qual é nosso fim principal? Estas são perguntas que sempre permearam o coração da humanidade desde os primeiros dias. 

No livro do “começo”: Gênesis, observamos Deus criando todas as coisas e soprando o fôlego de vida sobre Adão. Deus decidiu o criar a Sua própria imagem e semelhança. E a verdade que Deus não faz nada ao acaso. Além disso, em Seu mandato, o Senhor ordenou ao homem a multiplicação e o governo sobre a criação. E tudo o que Deus faz é bom e tem um propósito. É preciso compreender nosso chamado, leiamos:

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança… Criou Deus, pois, o homem  à sua imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.” Gênesis 1.26-28

Na viração do dia

Quando olhamos para o início da criação e vemos Deus nos fazendo como homens a sua própria imagem e semelhança, não podemos negar que há um mistério ali. Na viração do dia Deus se encontrava com o homem. Na viração do dia o Senhor vinha conversar. Mas, a queda fez com que Adão e Eva se escondessem de Sua presença. Porém, a voz de Deus ressoou pelo jardim.

“Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus… E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? (Gênesis 3.8a,9)

A pergunta de Deus continua a ressoar. E em meio ao caos humano Ele olha para nós e pergunta: “Onde estás?” Não porque Ele não nos vê. Mas, porque Ele quer nos fazer voltar ao jardim e desfrutarmos de Seu amor singular

Fomos chamados para o Amor

Lembro-me que ainda adolescente, ao fazer minha Pública Profissão de Fé, responder as perguntas do Breve Catecismo de Westminster era uma de minhas tarefas. E a primeira questão consistia em esclarecer: “Qual o fim principal do homem?” A resposta na ponta da língua dizia: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.” O que é totalmente verdade.

“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” Romanos 11:36

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” 1 Coríntios 10:31

Mas, também é verdade que essa pode ser uma resposta bem ampla. Não devemos realizar adoração desconectada ao “gozá-lo para sempre”, isto é: sem amá-lo de todo o nosso coração, alma e força. Não devemos glorificar sem usufruir de Sua presença. Isto será como o sino que só faz barulho como descrito em 1 Coríntios 13. 

Sim, nós fomos feitos para Sua glória porque todas as coisas foram feitas para a glória de Deus. Porém, Ele nos criou para desfrutarmos de quem Ele É e de seu amor tão profundo. Ele nos criou para sermos filhos. Esse é nosso chamado principal.

“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,” Efésios 1:4-6

Nova Criatura

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17

Quando Cristo nos conduz a salvação, estamos apenas no começo da jornada. Compreendemos que desde o início da história fomos chamados a um relacionamento de amor e adoração em tudo o que fazemos. Tudo faremos para o louvor d’Aquele que tanto amamos. 

Com a mente renovada como filhos, somos novas criaturas. Entendemos que nosso papel é viver da mesma forma que Jesus viveu. Seguimos ao Seu exemplo. Nos lembramos que o principal mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. E isso tem a ver com a forma como servimos a Deus e aos nossos irmãos. 

Deus nos deu habilidades e dons singulares e há muitas formas de desenvolvermos ministério e serviço. Mas, de nada adianta o trabalho de nossas mãos se isso não estiver fundamentado em nosso chamado de amar a Deus e desfrutá-Lo acima de todas as coisas. 

Quando criança, já sentia uma admiração enorme pela minha irmã Sydney. Ela já era muito ungida, profética e tinha um propósito. Com menos de 10 anos, ela subia em palcos e dava palavras de conhecimento muito precisos. Ela não tinha medo de falar em público. Eu ia nas mesmas aulas da igreja que ela, amava orar igual a ela e também tinha palavras de conhecimento às vezes. Eu queria era ser igual a ela. 

Certa vez, o pastor convidou a mim e a Sydney para contarmos um testemunho no culto principal. Na hora que ele nos pediu isso, me deu uma dor de barriga! Eu tinha medo de subir no púlpito, ficar na frente de todo mundo e ter que falar. E eu tinha a minha irmã como exemplo, e ela é incrível. Eu não podia subir ali e fazer tudo errado! Então, não aceitei o convite e chorei. Me senti confusa.

Depois desse acontecimento, comecei a entender algo importante: “por que eu quero ser igual a minha irmã, quando posso ser eu mesma?” Deus me deu dons e habilidades únicos, feitos apenas para mim. Se eu tento ser igual a outra pessoa, eu estou dizendo que os dons que o Senhor deu para mim são menores e desnecessários. 

Ninguém é igual a ninguém

Na nossa sociedade, somos ensinados desde pequenos a sermos como outros. Nas escolas, na mídia, muitas vezes até na nossa família querem que sejamos iguais a alguém, mas Deus não quer que lutemos para ser igual ao outro. 

Todo mundo conhece o Salmo 139.14: Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras…”

Mas, será que a gente realmente crê nisso? Você acredita que você (a obra de Deus) é maravilhosa assim como você é?

Quando entendi que Deus me criou para ser eu mesma e nenhuma outra pessoa, comecei a me entender melhor. A minha personalidade começou a florescer e eu desenvolvi os meus dons e habilidades. Eu não queria ser igual a outra pessoa. Eu queria ser eu mesma! Comecei a ter mais coragem para compartilhar o que o Senhor falava para mim, e às vezes até ao lado da minha irmã nos púlpitos.

Comparação que traz divisão

A comparação é uma das maneiras pelas quais o inimigo tenta trazer divisão para o corpo de Cristo.

Em 1 Coríntios 12:14-21 diz:  “14 …também o corpo não é um só membro, mas muitos. 15 Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 16 E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? 18 Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. 19 E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20 Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo. 21 E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós.”

Pensa comigo: se você é o pé, por que você está tentando ser a mão? O Senhor criou você de uma forma bela para um propósito específico! Então, pare de tentar ser igual a outra pessoa! Seja quem o Senhor te chamou para ser! Se gastarmos o nosso tempo para tentar ser igual a uma outra pessoa, nós gastamos menos tempo sendo quem nós somos! 

Viva seu propósito

Comparação rouba a nossa afeição de Jesus e coloca o nosso foco naquilo que consideramos errado em nós mesmos e o que queremos mudar. Em essência, tentando ser igual uma outra pessoa, você está dizendo “eu não gosto de quem Jesus me criou para ser.”

Mas, Deus sabia do que Ele estava fazendo quando te criou. Ele tem propósito para VOCÊ! Ele sonhou com sua existência! Chegou a hora da sabermos quem somos, celebrarmos quem as pessoas são (invés de ficar com ciúmes), e caminhar naquilo que o Senhor nos chamou para fazer! Está na hora da gente acreditar na verdade no que Davi escreveu: maravilhosas são as obras de Deus! 

 

 

 

“Eis-me aqui. Envia-me! ” Você já disse isso ao ouvir Deus o chamando? Essa foi a fala de Isaías.

Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós? ” E eu respondi: “Eis-me aqui. Envia-me! ” Isaías 6:8 

Hoje quero falar de chamado e respostas à ele. Não estou falando necessariamente de ir às nações ou de ser alguém que vive em tempo integral para Deus, como os pastores e missionários. 

Tenho meditado em Isaías 6 e a resposta que este profeta dá quando o Senhor pergunta “Quem enviarei? Quem irá por nós?” é aquela que qualquer coração arrependido e restaurado deveria responder.

Aliás, se você ler este capítulo verá que o profeta nos conta que viu Deus e por essa razão, sua vida nunca mais foi a mesma. Olhe só:

No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo.

Acima dele estavam serafins; cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés, e com duas voavam.

E proclamavam uns aos outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”. Isaías 6:1-3 

Responda ao chamado

Isaías, antes deste encontro, era alguém pronto a apontar os erros de um povo que andava longe do seu Deus, em desobediência. 

Ele viveu a experiência daqueles que tem um encontro real com o Senhor e que entendem o poder restaurador que Sua Presença traz. Esses, que são como Isaías, irão responder prontamente ao chamado, seja ele qual for. 

Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o templo ficou cheio de fumaça.

Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! “

Então um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz.

Com ela tocou a minha boca e disse: “Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado” Isaías 6: 4-7

Portanto, continuarei a afirmar as palavras que já tenho dito, sejam atrás de uma simples conversa ou até um texto como esse. Sobretudo, exerça o chamado naquilo que já está dentro da sua área de influência. 

Se a sua área de influência é a faculdade que está, é o elevador que pega todos os dias, o emprego que nem sempre está satisfeito, mas sabe que o seu papel ali é falar de Jesus para alguém… Não importa! Todos nós temos uma área de influência. Pequena ou não. De prestígio ou não.

Seja um mensageiro dos céus

Tenho descoberto que responder ao chamado é muito além do ir às nações. 

É dizer todos os dias: “Eis me aqui. Envia-me!”. Ou seja, é se tornar disponível para aquilo que Deus tem para sua vida. 

“Eis me aqui, Envia-me” é também ter um coração pronto à obedecer mesmo naquilo que nem sempre será fácil ou agradável. 

Isaías entendeu isso, mesmo já sendo um profeta com um lugar de destaque. Ele foi além daquilo que era confortável para responder ao chamado de Deus. 

Da mesma forma aconteceu com Jeremias, que também teve que ir além daquilo que lhe era cômodo

“Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino.

Mas o Senhor me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás.

Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o Senhor.

E estendeu o Senhor a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca;

Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares.” Jeremias 1:6-10 

Deus sabe que não nos sentimos capazes e que sem Ele não podemos nada, mas se tão somente o respondermos, iremos experimentar seu amor e seu favor. É Ele quem nos encoraja e prepara para o cumprimento dos nossos chamados.

Então, responda hoje ao chamado do Senhor dizendo a Ele:

Eis me aqui, Envia-me!

 

Antes de ir para à cruz Jesus, pediu ao Pai que nos mantivesse no mundo, ao invés de simplesmente nos isentar de viver essa vida terrena. Isso é intenso! É, também, um pouco diferente do que normalmente somos ensinados em nossas igrejas. Não é verdade?! Costumamos ouvir que há uma cisão entre o mundo secular e o sagrado.

“Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou.” ‭‭(Jo 17:15-16‬).

Porém, percebemos por meio do pedido de Jesus ao Pai, que o estar nesse mundo é parte do nosso chamado, e mais que isso, é a essência indivisível de quem nós somos. Ele nos criou a partir do pó com o propósito de refletir a Beleza do Criador. No entanto, há algo que precisamos entender, devemos considerar que estar no mundo, não é sinônimo de seguir a ordem que o governa desde a queda do homem.

 Devemos estar nele proclamando o evangelho de Cristo. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16:15).

Jesus pediu que estivéssemos na terra a fim de que fôssemos sal e luz, metáfora que descreve o impacto do povo de Deus em meio a essa era. Como sal, devemos desacelerar a degradação numa sociedade pecaminosa e provocar nas pessoas sede por Jesus. Assim, a luz expõe as trevas e aponta a direção correta. Então, como luz existimos para revelar a verdade sobre Jesus, através de nossas palavras e ações para um mundo cheio de escuridão. (Mt 15:13-14).

“Você pode amar e servir a Deus com o seu trabalho”

Essa verdade me impactou, desde a primeira vez  que a ouvi, durante a aula de Desenvolvimento Pessoal do Tim Fraim, no Intensivo Fascinação. Entender que amar a Deus compreende todas as expressões e aspectos da minha vida, e não apenas minhas atividades na igreja, mudou totalmente minha perspectiva do que significa adorar a Deus em Espírito e em verdade. E, compartilho acerca disso com a intenção de que seja esclarecedor para você também.

Bom, isso significa que você pode servir e amar a Deus em todo tempo, mesmo que não seja servindo em tempo integral numa igreja, casa de oração, ou no campo missionário. Assim sendo, o dia mais comum da sua vida é tão santo quanto seus momentos mais intensos na presença de Deus, para Ele tudo é sagrado. Não há nada fora do Seu alcance e da Sua soberania. Foi Ele quem criou todas as coisas, a terra e tudo que nela existe (Ne 9:6). Sem dúvida, Ele é Senhor sobre tudo e tudo é para sua glória. (Jo 1:3). 

E, como já conversamos anteriormente, Deus nos criou para governarmos e dominarmos as coisas sobre a terra (Gn 1:26). Ele nos deu uma função de liderança sobre a criação, logo, é preciso trabalho para exercê-la, certo? Certo. Trabalho, é uma vocação gerada em nós por Deus. Expressamos a essência Dele em nós por meio do trabalho das nossas mãos e os esforços da nosso intelecto. Portanto, vocação implica numa ocupação, seja no mundo dos negócios, na educação ou em quaisquer outras áreas.

Não buscar sua vocação é perder sua identidade!

Sua vocação te direciona no seu chamado maior, que é amar a Deus sobre todas as coisas. E já sabemos que isso não está limitado a secular ou sagrado. Se trata daquilo que você faz com a sua vida, aquilo que você foi criado para fazer. Sendo esse um serviço divino a Deus. É a forma como nós cumprimos o nosso propósito.

Partindo do entendimento de que trabalho é o que nos faz humano; e de que é parte para o que fomos criados. Quando você deixa de buscar seu chamado e não avança, você está desconsiderando parte importante da sua identidade. Pois até o próprio Deus trabalhou, criou todas as coisas e imprimiu em nos Sua imagem e semelhança.

Isso nos diz que parte do nosso chamado na vida como cristão é declarar algo. E fazemos isso onde estamos. As pessoas devem saber que você conhece a Deus. Como? Por meio da forma como você trabalha. Através de como você age, compreende o mundo e dialoga com os mais diversos aspectos da vida. A maneira como você vive o evangelho no seu trabalho semanal pode impactar mais vidas e trazer transformação às pessoas como a poderosa pregação do evangelista no domingo à noite.

Então, encontrar valor naquilo que você faz e entender quem você é no que executa, revelará Jesus. Com isso, te encorajo a encontrar sua identidade em Deus e revelá-la em seu trabalho! Portanto, deleite-se em quem Ele diz que você é e então você encontrará prazer naquilo que faz e será pleno para trabalhar, criar, desenvolver e liderar.

Sua vocação é uma forma de servir a Deus

Olhe mais de perto o que a Bíblia diz a respeito de seu trabalho: tudo quanto você fizer, você deve fazê-lo “como ao Senhor e não como a homens”. (Ef. 6:5-7). Você deve trabalhar “de todo o coração, como para o Senhor e não para homens”. (Cl 3:22-24).

Você nota a incrível importância dessas expressões? O trabalho não é apenas uma forma de passar o tempo e ganhar dinheiro. O seu trabalho é na verdade um serviço que você presta ao próprio Senhor!

Meu desejo é que você faça algo no lugar do trabalho, que leve Deus a encontrar você. De uma forma que você nunca o encontrou antes. Faça bem, com excelência! Leve a sério seu trabalho, o que Ele confiou sobre você. Encontre Jesus em seu trabalho, naquilo que você faz! Vai ser incrível!

Definitivamente, os dons e talentos são dados por Ele a nós e a nossa função é aperfeiçoá-los. É tornarmos peritos no trabalho que executamos, escolhemos. (Ex 31: 1-3). Assim, cabe a nós sermos excelentes e especialistas. Ninguém deve nada a nós. É nós que devemos tudo a nós mesmos.

Consequentemente, o seu chamado é sobre levar as características de Cristo, aonde for, naquilo que você faz. A forma como você se porta, fala, trata as pessoas falará a respeito de Jesus. Ele vive em você agora. É Ele quem você segue. 

Você já parou para pensar que Deus é quem foi o criador de todas as profissões que existem no mundo? E que todas elas estão nEle? Isso nos diz que Ele conhece e domina cada profissão. (Ele é chamado de O arquiteto, O construtor; O edificador. É um trabalhador e nos chama ao trabalho. Ele é um professor; O jardineiro, O pastor. Ele é o oleiro que forma as coisas do barro). Mas ainda assim, muitas vezes nos questionamos se o que fazemos no mercado de trabalho, é sagrado, santo… se agrada a Deus. Não sei você, mas eu já me peguei pensando sobre isso algumas vezes.

Normalmente, somos levados a esse pensamento por acharmos que o que está fora da igreja ou meio cristão/evangélico não vem de Deus. E isso é uma visão distorcida da realidade. Pois Ele criou TODAS as coisas (Gn 1:1). Trabalho é o que nos faz humano. É parte para o que fomos criados. Logo estaremos no mundo exercendo-o. Esse desencontro começa porque nós costumamos dividir, separar aquilo que Deus criou entre sagrado e secular. Usamos da dicotomia, na qual dividimos a realidade. Observa comigo.

Então a gente meio que escolhe. “Eu trabalho no mercado de trabalho. Então tenho uma vida secular”. Logo, já que não é ministério, não é santo, é só um emprego. Mas Deus não criou o mundo dividido entre sagrado e secular (Cl 1:16). Tudo foi criado por Ele, para Ele e por meio dEle. Seu chamado não é secular ou sagrado. Não há separação. Tudo é santo para Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele (Jo 1:3). Você pode estar no mercado de trabalho e adorando a Deus. Em Deus criador, toda realidade é santa. O que podemos separar é o mundo físico do espiritual. 

Chamados a multiplicar, governar a terra e exercer domínio sobre a criação

“Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam pelo chão”. (‭Gênesis‬ ‭1:28‬ ‭NVT)‬‬

Em Gênesis, o Senhor nos diz que fomos criados para multiplicar e encher a terra, e dominar tudo que se move sobre ela. Que fomos chamados a governar/subjugar a terra, para ter atividade, trabalho, no mundo. Não é incrível! Então no momento que nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus, nos foi dado um trabalho, um chamado: frutifiquem, liderem, dominem.

Logo, antes do pecado acontecer já havia trabalho, uma vocação e um propósito para a humanidade. Isso aconteceu antes do pecado entrar no mundo; durante o ministério de Jesus e depois do ministério de Jesus, até os dias de hoje. É algo que jamais mudou. Chamado ao trabalho acontece durante toda história. 

O trabalho permanecerá

Saiba que independente do lugar ou posição que você está, você é chamado a viver um propósito. O chamado não é para você, mas sim para um propósito, o qual você ofertará ou oferecerá ao mundo.

Deus colocou Adão no jardim para trabalhar e porque queria estar com Adão no lugar de trabalho. Não podemos fazer nada sem Deus; e Ele quer fazer as coisas conosco. Porém, muitas vezes nós temos negligenciado o que Deus quer fazer conosco nesse lugar. Lembre-se: o Senhor não vai te chamar para fazer algo que Ele não esteja junto com você. É uma parceria.

Em Isaías (65:21) diz que quando Jesus voltar Ele irá restaurar as coisas. Entretanto, Ele não vai retirar o trabalho. Irá restaurar a plenitude da alegria para aquilo que você foi chamado para fazer. Sendo assim, você terá um corpo ressurreto, mas ainda assim, irá trabalhar com suas mãos.

Todos somos chamados a sermos missionários

Uma vez que compreendemos que para Deus não há separação entre secular e o sagrado. E que o nosso chamado começa em Gênesis com o momento que fomos criados à imagem de Deus, no qual nos foi dado um trabalho: frutifiquem, liderem, dominem. Entendemos que trabalho é parte para o que somos chamados a fazer sobre a terra. Está tudo bem sobre está no mercado de trabalho, se o Senhor te chamou à isso. 

Agora, todos nós somos chamados a fazer missões. Independe de onde estamos, pois não depende da região geográfica ou ambiente, seja no mercado de trabalho ou servindo em tempo integral em uma casa de oração. Para Deus o que importa, é onde está nosso coração. É para a intenção do coração que Ele olha. E, em todos os lugares podemos impactar pessoas ao falarmos do amor de Jesus. Ao vivermos como testemunhas de Cristo.

O objetivo, a missão, é que o amor dAquele que nos amou primeiro alcance as pessoas em nossa volta, da Galiléia até os Confins da terra. E que nós sejamos o ‘cano’ — que transborda pelas duas pontas — fazendo jorrar desse amor inesgotável e puro. Amor esse que excede todo conhecimento… com o qual a criatura já era amada pelo seu criador, antes mesmo de O conhecer.