Fhop Blog

Ore pela nossa nação – Maio Laranja

justiça

O mês de Maio é um lembrete de uma das maiores lutas que temos enfrentado como nação. 

Certamente, os dados alarmantes nos fazem clamar ao Senhor por justiça, mas também são um lembrete que devemos nos posicionar em oração pela nossa nação para que essa realidade seja mudada. 

Principalmente, orar por uma nação na qual nossas crianças estarão protegidas de qualquer tipo de violência ou abuso. 

Em Maio de 2020 segundo dados Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) ocorreu algo em torno de 17 mil ocorrências em relação a abuso de crianças e adolescentes. 

Observe abaixo parte desses dados: 

Dos 159 mil registros feitos pelo Disque Direitos Humanos ao longo de 2019, 86,8 mil são de violações de direitos de crianças ou adolescentes, um aumento de quase 14% em relação a 2018.  A violência sexual figura em 11% das denúncias que se referem a este grupo específico, o que corresponde a 17 mil ocorrências. Em comparação a 2018, o número se manteve praticamente estável, apresentando uma queda de apenas 0,3%. Veja o artigo completo aqui. 

Inegavelmente, esses números são realmente altos e isso tem que causar em nós um clamor para que nossa nação viva uma mudança desta realidade tão cruel. 

Portanto, precisamos nos posicionar em oração por nossa nação. Pois, toda e qualquer situação pode ser mudada através de um povo que conhece seu Deus e o busca em orações e súplicas. 

Abaixo alguns exemplos de como você pode orar pela nação: 

1- Ore para que as autoridades tenham sabedoria

Aliás, aqueles que regem as leis da nossa nação precisam ter sabedoria, tal qualidade somente pode ser encontrada em Deus. Quando isso ocorrer poderão liderar nosso país com justiça e retidão. 

“Deus é que tem sabedoria e poder; a ele pertencem o conselho e o entendimento. Jó 12:13 

2- Ore por paz 

Enquanto corremos atrás de coisas e causas inúteis, temos sido distraídos como nação e estamos eternamente em uma luta. Contudo, precisamos de uma nação, na qual podemos encontrar paz. Certamente, se estamos em paz iremos conseguir olhar com mais atenção para as questões que realmente precisam de nós. 

O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores. Tiago 3:18 

O amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão. Salmos 85: 10 

3- Ore por justiça na nação 

Quando pensamos em tudo o que uma nação com números altos de abuso necessita, justiça é uma das maiores.. 

Para que uma nação seja formada por cidadãos saudáveis precisamos que antes eles tenham sido crianças e adolescentes que não sofreram abusos. 

O fruto da justiça será paz; o resultado da justiça será tranqüilidade e confiança para sempre. Isaías 31:17 

4- Ore por uma nação com leis justas 

Para que os homens e mulheres que tem autoridade em nosso país sejam inspirados por Deus ao criar ou gerir as leis e que eles protejam os menos favorecidos e os que precisam de cuidado e segurança. 

Por isso a lei se enfraquece e a justiça nunca prevalece. Os ímpios prejudicam os justos, e assim a justiça é pervertida. Habacuque 1:4 

Garantam justiça para os fracos e para os órfãos; mantenham os direitos dos necessitados e dos oprimidos. Salmos 82:3 

O Brasil precisa de cura e viver um tempo no qual possamos vê-la em todas as esferas da sociedade. 

Precisamos entender que seja qual for a situação, nosso Deus é poderoso para mudar a realidade e transformar nossa nação. Ninguém e, principalmente, nossas crianças não foram esquecidas pelo nosso Pai. Deus tem cura para a nação brasileira. Essa nação será envolvida pelo amor e por uma transformação do nosso Senhor. 

se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra. 2 Crônicas 7:14 

 

Hoje, o tema de justiça é mais relevante do que nunca antes. Com o crescimento da tecnologia e a globalização das nossas comunidades locais conectados aos mercados globais, nunca fomos tão cientes das dores, caos e sofrimento humano que invadiu o nosso mundo hoje. Imagine que uma bomba cai na Síria e momentos depois tem pessoas no Brasil assistindo, em seu feed do Facebook, essas imagens de um pai caindo em meio às ruas, destruído, carregando o corpo de seu filho, cheio de sangue e sem vida. Quando foi um tempo que tivemos tanta exposição e acesso, em tempo real, às injustiças que invadem as comunidades globais?

Assumindo a responsabilidade

Tem crescido o entendimento de que nós, como seres humanos, temos uma responsabilidade de lutar pela justiça, falar contra corrupção e ser parte de uma mudança positiva na nossa geração e a igreja precisa estar na linha de frente liderando esse movimento para uma mudança social. Mas, a maneira que caminhamos nisso é crítica à integridade da nossa fé e à promessa da glória de Jesus enchendo a terra como as águas cobrem o mar (Habacuque 2:14). 

Respondendo à injustiça:

Como que respondemos à injustiça? Quando olhamos os evangelhos e vemos os ensinamentos de Jesus, de todas as coisas que Ele poderia falar sobre justiça ele disse isso:

E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” Lucas 18:7-8

Nessa parábola, Jesus podia ter nos dado um texto sobre como escrever uma legislação de Deus, como eleger líderes justos ou como criar respostas sociais estratégicas. Mas, ele não fez isso. Jesus conectou a liberação de justiça rápida ao Corpo de Cristo, que persistentemente clama em oração dia e noite. Oração é o fundamento para a justiça ser liberada na nossa sociedade. 

O poder da oração

Há duas coisas que a oração faz que nada mais consegue fazer: 

  1. Oração conecta o nosso coração ao Deus da Justiça. No lugar de oração nós encontramos, em Isaías 42, o Rei Servo que “não mostrará fraqueza nem se deixará ferir, até que estabeleça a justiça na terra.” (Isaías 42:4). Enquanto contemplamos Jesus, entramos em comunhão e ouvimos seu coração, então oramos isso de volta a Ele e concordamos com o que Ele quer fazer na terra. 
  2. Oração nos engaja na batalha espiritual que está acontecendo atrás dos sistemas da injustiça, atos de abuso e das guerras que invadem nossa sociedade hoje. A injustiça está prosperando porque o inimigo está lutando contra aqueles que carregam a imagem de Deus. Neste lugar de oração abrimos nossas bocas, declaramos a Palavra e lutamos contra esse fatores espirituais (Efésios 6:12).

O Segundo Mandamento

Precisamos ser uma igreja que não desvia o olhar da depravação e injustiça do nosso mundo hoje. Temos quer ser um povo que vê a injustiça da mesma forma que Deus vê e que está engajado em oração para que justiça divina seja derramada. E sermos aqueles que mantêm os corações vivos em esperança e que são dispostos a ir aos pobres e aos oprimidos com uma mensagem e ações de esperança, cura e restauração. 

À medida que amamos o Senhor nosso Deus com todo o nosso coração, mente e força, tendo comunhão com Ele, o transbordar natural é que Jesus comece a compartilhar seu coração conosco, em amizade. Enquanto oramos por justiça em nossa cidade, Jesus começa a abrir nossos olhos ao sofrimento em nossa cidade e, então, Ele nos compele a ir. Amar o nosso próximo, o segundo mandamento, se torna um resultado direto e natural do primeiro mandamento. 

A verdadeira justiça

Nos evangelhos vemos 12 vezes onde Jesus foi “movido por compaixão”. Compaixão não é uma emoção que passa rapidamente, uma pena momentânea ou simpatia. Compaixão literalmente significa entrar no sofrimento do outro. Quando Jesus foi movido por compaixão, a fonte de toda vida foi movida e a ternura inesgotável e insondável amor de Deus foi revelada. Corpos foram curados, mortos se levantaram e Jesus foi visto como o Messias. 

Justiça para o pobre e oprimido nunca vai ser algo à parte de Jesus. Sim, nós podemos ver leis mudadas, programas sociais financiados, os necessitados sendo vestidos e alimentados. Mas, até que os necessitados conheçam o amor de Deus, sua salvação, e tenham suas vidas transformados por essa revelação, a justiça é incompleta. 

A Encarnação

Que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Filipenses 2:6-8

Na encarnação vemos a natureza verdadeira da compaixão no nosso Rei lindo. Ele se dispôs a entrar em nosso sofrimento e em nossa condição como homens fracos. Ele deixou as alturas da glória com seu pai, para se humilhar e caminhar conosco. Jesus pagou o preço final para entrar em nosso sofrimento. Ele viveu uma vida sem pecado e redimiu a humanidade na cruz. 

O maior exemplo

À medida que Jesus se humilhou e redimiu nossa humanidade, Ele nos chamou para fazer igual. Nos chamou para também abrir mão da nossa reputação, nosso conforto, finanças e  tempo, a fim de nos humilharmos para sofrer com aqueles que sofrem. Nossa disponibilidade a fazer isso nos faz ser canais para revelar a sua beleza, poder e a salvação de Jesus a um mundo quebrado e machucado. 

Não há justiça fora de Deus

Nós, desesperadamente, precisamos de justiça nessa hora, no Brasil. Como povo de Deus, temos que entender que não há justiça fora de Deus. Sua presença, transformando nossa condição humana, de caídos a redimidos, é central à justiça. O humanismo abraça soluções para a justiça dentro dos recursos, razões e ingenuidade dos homens. Mas, fora de Jesus, embora essa resposta seja útil, não nos faz alcançar a justiça por completo.

A Igreja tem que tomar uma atitude no lugar de oração para contender para justiça. Tem também que ser enviada, nessa hora, como povo embaixador, representando a revelação de Jesus, o único Justo, e seu reino. Temos que influenciar as áreas chaves, que são necessárias para trazer uma mudança na sociedade, algo multifacetado, que começa com oração e que cresce para causar efeito na cultura, nos políticos, no governo, na mídia e etc. Finalmente, nós temos que caminhar como Jesus caminhou e ser um testemunho de seu grande amor nos lugares escuros, onde a injustiça prospera. 

Como cristãos, uma das coisas das quais precisamos nos livrar, é da dicotomia entre “sagrado” e “secular”. E isto tem tudo a ver com nossa cosmovisão. Isto é, a forma como “vemos” o mundo. Dicotomia é uma palavra de origem grega que nos dá a ideia de divisão entre dois elementos. Ela é formada pela junção de “dikho” (dois) e “tomia” (cortar) sendo traduzido como “cortado em duas partes.”

Assim pois, quando pensamos em  algo dicotômico, pensamos em elementos opostos entre si. Por exemplo: corpo e alma, sagrada e secular, mundo e igreja. A verdade é que muitos dos conceitos que carregamos, não são respaldados pelo que a Bíblia ensina. Mas, herdamos essas ideias de nossa “cultura religiosa”.

Jesus nos diz que somos a luz do mundo. Que uma cidade não pode ser escondida sobre um monte. E que a luz tem o papel de iluminar os que se encontram em trevas. A luz clareia todo o ambiente e expulsa a escuridão. Quando homens veem as boas obras dos salvos, o testemunho de Jesus se faz glorioso entre eles.

“Vós, sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre o monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam suas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está no céus.” Mateus 5.14-16

E se a igreja sumisse?

Que diferença faria se a sua ou a minha igreja desaparecessem? Seria notado o nosso sumiço? Ou a nossa existência tem passado despercebida? Provavelmente, se uma padaria ou uma bar fossem retiradas de seu endereço atual, causaria um tanto de alvoroço para seus clientes, não é mesmo? E, nós como “povo de Deus”? Que tipo de impacto temos causado em nossa rua, bairro e arredores? Apenas barulho e incomodação ou de fato mudanças e relacionamentos? Temos sidos testemunhos vivas de Cristo?

Houve momentos na história em que acreditamos que, como cristãos, não era preciso nos preocuparmos com a estrutura da sociedade. Para alguns, esse não é nosso papel, mas que devíamos nos concentrar apenas na salvação da alma. E que a medida que salvação acontecesse, a sociedade melhoraria.  

Por outro lado, temos aqueles que acreditam que não importa o que fazemos, pois as coisas continuarão piorando, então, apenas foquemos na eternidade. Segundo Don Grattus, esse tipo de pensamento causou a “teologia da retirada”, um afastamento deliberado do “mundo” e a criação de uma subcultura “religiosa”.

Impacto Social e mudanças relevantes

Há poucos dias, estive em uma palestra de um ativista social cristão. Ele contou seu testemunho de como começou a se envolver em movimentos sociais e se tornou um mobilizador de voluntários em prol da sociedade civil.

Tudo começou quando esse irmão foi “confrontado” por um vizinho. Ele conhecia detalhadamente como funcionava a célula em seu apartamento, pois narrou todos os detalhes do encontro. O vizinho, de fato, pontuou que apesar de todo “barulho” e “comilança”, nunca tinha visto eles fazerem nada além disso. É claro que estou contando tudo de forma bem resumida.

Mas o “confronto” gerou uma atitude extremamente positiva naquele grupo. Tinha ocorrido uma enchente e o grupo decidiu escrever e-mails para suas listas de contatos. Com a finalidade de levantar recursos para comprar colchões para os desabrigados. Que grande surpresa! Em poucos dias conseguiram levantar uma grande quantia em dinheiro, bem maior do que imaginavam. Então, eles se tornaram resposta para uma calamidade. Além disso, aquela experiência mudou radicalmente a cosmovisão de muita gente.

Abraçando uma teologia de comprometimento

Don Grattus é um missionário que trabalha com povos muçulmanos envolvidos em uma cultura arraigada em corrupção. Ele tem paixão pelo tema de transformação e conta o testemunho de como impacto pode ser gerado quando abraçamos uma teologia de comprometimento. Ele afirma:

“Abracei uma teologia de comprometimento, que rejeitava a dicotomia entre “sagrado” e “secular” e insistia em que Deus é soberano sobre todas as áreas da vida, e que Sua verdade deveria ser aplicada em todos os setores da sociedade. Era uma teologia de vitória (não de retirada) que declarava que mesmo uma pequena minoria de cristãos, se realmente comprometida com a Palavra, podem fazer uma diferença substancial na sociedade. Mas não era utopia, pois reconhecia que perfeição jamais será alcançada nesta era e que, cada geração de cristãos deve renovar seu compromisso de expressar a verdade bíblica em sua nação.” Don Grattus

Contextualizando nossa cosmovisão

Como vocês sabem, nossa sala de oração aqui na fhop é o coração do nosso “trabalho”. Acreditamos que Deus nos chamou para ter um relacionamento profundo de amor com Ele. Como Maria, sabemos que apenas “uma coisa” nos é necessária. Uma coisa é estar com Ele. Uma coisa é andar como Jesus andou. Uma coisa é sermos suas cartas e testemunho vivo.

Não agimos pela força de um braço forte, mas na unção e no poder do Espírito Santo de Deus. Com uma cosmovisão bíblica e arraigada no Senhor. Olhemos para a vida de José que foi um líder em sua época. Olhemos para a vida de Daniel que não contaminou-se com as iguarias do rei. Manteve a fé. E, mesmo na corte foi luz e resposta em muitas ocasiões. Olhemos para a rainha Ester e como foi determinante seu papel em um período de perseguição para os hebreus.

Sua área de influência

Quem sabe você é um político, um professor, um empresário ou mesmo uma dona de casa. Lembre-se: Você pode fazer a diferença mesmo na vida de uma única pessoa. E independente das esferas em que Deus te plantou, você é importante e especial. Dê pequenos passos em fidelidade e observe o Senhor te surpreender. Que a luz de Jesus se manifeste brilhante através da sua e da minha vida. Que possamos andar sobre as águas, assim como Pedro andou. Em fé, em amor ao Senhor, em boas obras e em obediência a Palavra de Deus ordenada. Com uma cosmovisão Bíblica bem clara.

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” 1 Coríntios 10:31

Você tem servido voluntariamente em alguma área da sociedade civil? Tem algum projeto para o social que engloba crianças, jovens, idosos ou algum grupo minoritário? Tem vontade de fazer algo do tipo? Quer saber mais sobre cosmovisão Bíblica? Deixe-me saber como tem sido essa experiência para você e mesmo os seus sonhos para sua cidade e para o Brasil?

Justiça é um clamor de nossos dias. E quando pensamos em Movimento de Oração, não dá para separar esse anseio latente em nós. Ao olharmos ao nosso redor, percebemos todo o mal que há no mundo, muitos questões podem surgir e nos desatinar.  Há tantas injustiças acontecendo todos os dias, que podemos nos perguntar: O quanto Deus se interessa? A verdade, é que Deus se importa tanto com a justiça, bem mais do que podemos imaginar. Ele se importa tanto, que ofereceu o seu próprio Filho para morrer em nosso lugar. Para que possamos viver em liberdade em cada área de nossas vidas.

“O direito e a justiça são as raízes do seu governo; o amor e a verdade, os teus frutos.” Salmo 89.14 (A Mensagem )

“Justiça e o direito são o fundamento do seu trono; graça e verdade te precedem.” Salmo 88.14 (JFA – Revista e Atualizada)

Qual deve ser então, os resultados de uma vida de oração pessoal e coletiva? Se observarmos a história, ela nos mostrará os frutos de um avivamento que é real. Pois, quando Deus derrama o Seu Espírito entre nós, deixamos de ser mesquinhos e de nos importar apenas com nossos próprios desejos. E passamos a ter um único coração e alma, como descrito em Atos dos Apóstolos. Enxergamos o próximo como gostaríamos de sermos vistos. Sentimos o coração de Deus pelas pessoas, pelas nações e vislumbramos pela fé tudo o que Deus pode fazer. Pois Seu braço continua poderoso para salvar.

Lembram-se dos filhos de Israel no Egito? Eles foram fecundos e se multiplicaram. O novo rei se sentirá ameaçado, e por isso, os afligira cruelmente, lhes impondo sofrimento e dor através do trabalho forçado e maus feitores que lhes oprimiam. “E o Eterno disse: “Faz tempo que venho observando a aflição do meu povo no Egito. Ouvi o povo clamar por livramento das mãos dos seus senhores e conheço muito bem o sofrimento dos israelitas. Agora, desci para ajudá-los, para livrá-los do domínio do Egito, tirá-los daquele país e levá-los para uma terra boa, ampla, cheia de leite e mel… O pedido de socorro dos israelitas chegou até mim, e eu mesmo tenho visto o tratamento cruel que eles recebem dos egípcios. Está na hora de você voltar; estou enviando você ao faraó para tirar o meu povo do Egito, o povo de Israel.” (Êxodo 3.7-9 – A Mensagem)

Agora meus caros amigos, me digam, por que o Senhor se importaria antes e não se importaria hoje? Davi costumava orar pedindo que o Senhor o salvasse de seus inimigos, e Deus o respondia com amor.  

“Responda-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. Salmo 4.1

Há uma célebre frase atribuída a Edmund Burke, que diz: “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.” Uma das pessoas que mais me causa admiração, é William Wilberforce. O Jurista que passou sua vida lutando contra a escravidão na Inglaterra. Esse homem foi respaldado pelo Movimento de Oração Moraviano. Ele mesmo tinha uma vida com Deus e entendeu que seu chamado era lutar em favor da justiça. Eu e você somos chamados a orar intensamente, mas também, em alguma medida somos chamados a ser como Moisés. Deus o enviou a faraó para libertar seu povo das garras da opressão a fim de adorá-Lo e servi-Lo para sempre. Nós também somos chamados a sermos libertadores. 

Ao nos depararmos com a maldade humana é preciso lembrar que temos a quem recorrer, clamaremos a um Deus que tudo vê. Pois o Senhor não tem prazer na morte do ímpio, mas que o reino da Luz sobressaia sobre qualquer escuridão.   

“… Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva…” Ezequiel 33.11

Quando paramos para ver os noticiários, muitas vezes, o nosso coração se torna perplexo diante de tantas perversidades. São tantas notícias ruins, tantas tragédias e tanta maldade da humanidade caída que podemos ficar sem nenhuma esperança. Nesses momentos, nós clamaremos por justiça, pois os que têm sede e fome de justiça serão saciados.

Mas é preciso saber que nem sempre aquilo que chamamos de justiça é, de fato, a mesma justiça de Deus. A justiça de Deus sempre tem um propósito redentor. Não é apenas um castigo ou vingança pelos pecados e maldades cometidos por um ser humano em escuridão e trevas.

Essa é uma questão complexa e precisamos pensar em como não exercer justiça própria e julgamento humano. Em contrapartida, não podemos fechar os nossos olhos e compactuar com a maldade. Precisamos nos levantar em favor da verdade e do amor sendo voz para aqueles que não tem voz, nos lembremos, porém, que Deus não tem prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta dos seus maus caminhos e viva.

Mas, como exercer justiça com o coração certo? Só existe uma forma de fazermos isso: olhando através dos olhos de Cristo. Você já parou para pensar no significado da cruz? Todas às vezes em que nosso coração se deparar com a maldade diante de nós, com os crimes hediondos e com o abuso, temos que olhar para o sacrifício de Jesus na cruz, Ele verá o fruto do seu penoso trabalho e ficará satisfeito com o seu conhecimento, o Servo Justo, justificará a muitos. Isso não significa que liberar perdão não seja dolorido e desafiador, também não significa que temos que abrir as portas das cadeias e deixar homens maus soltos por aí em nome da graça. Mas, significa que nossa motivação estará alinhada com o coração de Deus.

Lembra da mulher pega em adultério e de como Jesus lhe estendeu as mãos e lhe disse: “onde estão os teus acusadores? Vá e não peques mais”. Precisamos clamar por justiça, mas precisamos fazer isso com a motivação certa e com a perspectiva do coração de Deus. Que sua esperança se renove n’Ele e que Ele nos dê sabedoria diante desse mundo mal, para exercermos justiça verdadeira e amor proposital.

“Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, se não para ser revelado. ” “…. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará. ” Marcos 4.22 e 24

Sim, diante deste mundo mal, nós levantaremos as nossas vozes e clamaremos por justiça. Clamaremos a um Deus que tudo vê e Ele prontamente nos responderá.

“se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” – 2 Crônicas 7:14

Deus com certeza olha para nós como indivíduos, mas também como um povo. Existem propósitos de Deus que são direcionados para um povo como um todo. Além disso, sabemos que Deus tem promessas para o Brasil também. Em dias de caos e de uma economia instável, nosso socorro está somente em Deus que tudo pode mudar.

Não poderemos ver as mudanças grandes se elas não acontecerem primeiro dentro de nós. É olhando para dentro do nosso coração e vencendo as pequenas corrupções internas que conseguiremos ver resultados externos. Aliás, se há corrupção fora provavelmente há corrupção dentro.

Muitas vezes, durante o jejum, somos lembrados por Deus de motivos que clamam no coração dele e o Brasil definitivamente é um deles. Nós cremos que Deus pode soprar com seu Espírito sobre nós como povo. Cremos que ele pode vir com avivamento e poder. Por isso, hoje nossa oração é para que a justiça e retidão de Deus se estabeleça como firmamento no Brasil.

O que nosso povo precisa não é de um novo nome, mas de um Deus que se levanta em favor de nós. Precisamos receber mais revelações do Senhor e caminhar em parceria com Deus. Levante hoje um clamor em arrependimento por si e pelo governo do Brasil. Vamos juntos, em uma só voz, encher os céus do Brasil com palavras de vida, de esperança e buscando o socorro em nosso Pai eterno.

Pai, nós clamamos pelo teu reino justo sobre o Brasil. Se lembre das promessas que um dia você fez sobre esse país e venha com avivamento. Pedimos pela revelação de teu filho Jesus a cada brasileiro. Que comece em nós a mudança. Que comece em nós o romper. Venha mais uma vez Pai. Faça o que um dia você fez no passado. Levante aqueles que nos conduzirão com os teus princípios e com um coração segundo o teu. Em nome de Jesus, amém!

Photo credit: Hugo Martins Oliveira via Visual Hunt / CC BY-NC