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Mais do Espírito

O que acontece quando Deus derrama mais do Espírito? Podemos ver isso no livro de Joel, no capítulo 2, onde temos uma profecia que se cumpriria em partes em Atos 2. Entre os acontecimentos que antecedem o contexto dessa passagem, vemos que Deus restauraria os anos de glória no meio do seu povo, e faria outra vez aquilo que eles achavam que Ele não poderia fazer. Assim, Deus os restauraria à glória inicial, e no meio dessa profecia em que Deus convida ao arrependimento, ao coração contrito e ao rasgar do coração, temos esses dois versículos aqui:

“E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias. Joel 2:28,29

 

Derramando o Espírito sobre todos:

Logo, a passagem de Joel 2:28-29 é de grande relevância para os judeus, pois revela a promessa de Deus de derramar o Seu Espírito sobre todas as pessoas. Além disso, isso despertava um profundo significado, pois desde os tempos de Êxodo, Deus havia se estabelecido como o Deus do povo de Israel e eles como o Seu povo. Logo, Ele não apenas cuidava deles espiritualmente, mas também supria suas necessidades materiais.

Nessa passagem, portanto, Deus promete algo completamente novo e extraordinário: o derramamento do Seu Espírito sobre todas as pessoas, sem distinção de gênero, idade ou status social. Portanto, não haveria restrições ou exclusões. Então, todos teriam a oportunidade de experimentar a presença e o poder do Espírito que Deus derramaria. 

 

Vossos filhos e vossas filhas profetizarão

Contudo, Joel enfatiza que o dom do Espírito não seria exclusivo para homens, mas também seria concedido às mulheres. Ou seja, o Espírito não irá selecionar e filtrar algumas pessoas, mas virá sobre todas. 

No texto, ele diz: “vossos filhos e vossas filhas profetizarão”, isso se daria a partir do derramar de mais do Espírito. Quando lemos no Antigo Testamento, e no Novo, quando alguém era tomado pelo Espírito Santo e profetizava, isso não significava entrar em um estado de transe ou de perder a noção dos sentidos. Na verdade, era simplesmente alguém que começava a traduzir o coração de Deus em uma linguagem que outras pessoas pudessem entender. 

Deste modo, talvez a explicação mais simples do que é a profecia seja: “colocar em linguagem o coração de Deus”. Ou seja, traduzir em palavras o que está no coração do Senhor. Portanto, isso não é um presente que pertence a poucos, mas toda pessoa que recebeu o Espírito Santo está em posição de operar nesse lugar.

 

Os idosos terão sonhos

Uma das promessas feitas por Joel é que os mais velhos teriam sonhos. Isso é um sinal notável da manifestação sobrenatural de Deus. Embora normalmente atribuamos os sonhos aos jovens, Joel revela que essa experiência também retornaria aos mais experientes.

Portanto, quando os mais velhos se animam e são tocados por Deus em sonhos proféticos, é um indicativo claro de que Deus está agindo de maneira extraordinária.

 

Os jovens terão visões

Deste modo, enquanto a cultura atual gira em torno dos jovens, com o foco no que os cerca, nas tendências e nas demandas da sociedade, os jovens descritos por Joel teriam uma perspectiva diferente. Logo, eles seriam capazes de enxergar além das limitações e das distrações.

Sendo assim, eles teriam uma visão do que Deus está fazendo e compreenderiam o Seu propósito. Seriam jovens que não seriam aprisionados pelo aqui e agora, mas que perceberiam o mover de Deus em suas vidas e na sociedade.

Mais do Espírito

Portanto, o derramar do Espírito não é somente uma promessa escatológica, é uma possibilidade para nós hoje. E podemos afirmar isso pelo que aconteceu em Atos. 

Embora Joel profetize aqui sobre o fim dos tempos, e cremos que essa profecia se cumprirá em sua plenitude, há dois mil anos atrás a Igreja Primitiva provou dessa realidade de uma maneira sobrenatural. Em Atos 2 vemos que quando chegou o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar. E de repente veio do céu um som como um vento impetuoso e enche o lugar onde eles estavam. Eles ficaram cheios do Espírito.

Então, se essa é uma realidade que podemos viver, precisamos ansiar por um derramar do Espírito em nosso meio. Que a nossa oração seja pelo derramar sem medidas, para vermos as manifestações do seu poder, sinais e maravilhas em nosso meio.

Precisamos resgatar nossas visões e sonhos acerca do que Deus está fazendo. Precisamos estar atentos e sensíveis ao derramar do Espírito no nosso meio, pois só assim veremos o cumprimento das profecias bíblicas sobre a terra.

O que uma cultura de oração tem a ver com o retorno de Jesus? As parábolas que Jesus contou em Mateus 24 e 25 nos mostram como uma vida de oração e constante vigilância estão relacionadas ao Seu retorno. Afinal, Ele deixou claro que não sabemos o dia e nem a hora, por isso, é necessário estar preparado.

Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mateus 24:42

 

A importância de estar preparado

Jesus afirmou que ninguém, senão o Pai, sabe a hora da sua vinda. Portanto, segundo as Escrituras a época que precederá o retorno de Jesus será semelhante aos dias de Noé. Isto é, as pessoas estavam levando suas vidas, porém ignoravam a Deus. Mas de repente, veio o dilúvio (em grego, kataklysmos, “cataclisma”) e este levou a todos. 

Logo, a raça humana se divide, basicamente, em dois grupos – aqueles que vigiam, esperando o retorno de Jesus, e aqueles que não vigiam. Em Mateus 24:43, Jesus conta uma breve parábola:

Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Mateus 24:43

Sendo assim, como não sabemos quando Jesus poderá vir, devemos estar sempre preparados. Estar preparado a qualquer momento para a volta de Cristo é a primeira responsabilidade de cada cristão.

 

A importância de uma cultura de oração

Em Mateus 25:1-13, Jesus conta a parábolas das dez virgens, e na história em questão, haviam dez moças que aguardavam a chegada do noivo para o banquete do casamento. Assim, cinco delas eram prudentes, e tinham azeite suficiente para suas lâmpadas. Mas cinco delas eram insensatas, e não haviam reservado azeite para manter suas lâmpadas acesas

E assim, quando o noivo chegou, apenas as que estavam com suas lâmpadas acesas puderam participar do banquete, enquanto as outras ficaram de fora:

As insensatas disseram às prudentes: ‘Dêem-nos um pouco do seu óleo, pois as nossas candeias estão se apagando’. “Elas responderam: ‘Não, pois pode ser que não haja o suficiente para nós e para vocês. Vão comprar óleo para vocês’. “E saindo elas para comprar o óleo, chegou o noivo. As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial. E a porta foi fechada. Mateus 25:8-10

Logo, Jesus mais uma vez alerta: “Vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora”. Mas um ponto a ser observado nessa história é que é impossível pegar azeite emprestado. Aqui, o azeite aponta para uma vida de preparação, oração e devoção ao Senhor. Isto é, uma vida de alguém que se preparou. Cultivar azeite é cultivar uma vida de oração, é conhecer e ser conhecido pelo Senhor que retornará.

Então, no final dessa parábola o noivo não reconhece aquelas que não tinham azeite em suas lâmpadas. A escuridão não permitiu que Ele as visse. Todavia, aquele que cultivar uma vida de oração e relacionamento com o Senhor, não correrá o risco de chegar naquele dia e não ser reconhecido por Ele.

Como desenvolver uma cultura de oração

Devemos cultivar uma vida de oração pois essa é a nossa porta de acesso ao coração de Deus. Ali, Ele ouve nossa voz e fala ao nosso coração. Estar aos pés dele ouvindo Suas palavras de vida eterna é a boa parte que nunca nos será tirada.

Portanto, desenvolver uma cultura de oração requer perseverança. E pode ser desenvolvida aos poucos. Você não precisa começar separando horas do seu dia para isso, mas comece separando um horário fixo para isso. Ter constância é importante para estar sempre cultivando esse lugar com o Senhor.

Portanto, busque revelação da beleza do noivo. Aquele que nós aguardamos possui beleza incomparável e Ele é o nosso maior tesouro. Estar com Ele é o maior prazer que podemos ter. Por isso, leia as Escrituras, conheça-O. Assim, à medida que você cresce em O conhecer, não haverá espaço para mais nada além Dele em seu coração.

Cultive o azeite, isto é, uma vida de devoção ao Senhor, e esteja preparado até o dia do nosso Noivo voltar.

O que é um sacrifício? O dicionário define com dois sentidos possíveis: “uma oferta feita à uma divindade em cerimônias, ou uma renúncia voluntária a algo que se possui visando algum resultado específico”. Na verdade, para o ser humano moderno, é muito fácil entender o segundo sentido. Visto que se dedicar a uma vida sacrificial por algum resultado é algo intrínseco da sociedade “meritocrática” em que vivemos. 

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”  (Romanos 12:1)

Sacrificar algo para atingir um fim é algo ministrado ao coração do ser humano desde a infância. Pois, nos momentos em que todos estão frequentando a escola,  somos inseridos em um sistema em que aqueles que se divertem menos para estudar mais (sacrifício) recebem melhores notas. E assim, frequentemente são recompensados pelos professores, como uma forma de estímulo para que continuem estudando mais. 

 

Deus deseja obediência e não sacrifício

Na perspectiva basilar, cabe a análise de como Deus considerava os sacrifícios no antigo testamento e como Ele passou a enxergar isso no novo testamento. Será que o Senhor mudou sua opinião? Será que Deus mudou seu caráter e deixou de considerar bom aquilo que exigia do povo antes? 

Durante o pentateuco, mais especificamente em Levítico, do 1 ao 7, o Senhor entregou os estatutos da Lei para o povo, por meio de Moisés. Assim, Ele também estabeleceu como o sacrifício deveria ser feito. E assim, Ele entregou os estatutos sobre quantidades, maneiras, motivos e o que deveria ser feito pelo sacerdote e pelos levitas. 

Nesse sentido, vê-se que o Deus de ordem organizou tudo e deixou regras para seguir-se. E, portanto, exigiu sacrifícios para perdoar pecados, e pediu que aqueles que tivessem seu coração tocado entregassem ofertas voluntárias a Ele. Portanto, deveria ser por vontade, e não por obrigação. 

Mais tarde, em 1 Samuel 15, Saul desobedeceu a ordem divina de destruir completamente os amalequitas, guardando o rei deles e o melhor dos rebanhos. Ele fez isso sob a desculpa de que usaria esses bens para sacrificar e render holocaustos ao Senhor. Então, vemos Samuel repreendendo a Saul com a seguinte frase: ”o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”. 

Por que o Deus que estabeleceu regras sobre sacrifícios a Ele, depois diz que prefere obedecer do que sacrificar? Na verdade, Deus nunca quis que o povo sacrificasse pedindo perdão a Deus pela desobediência, visto que, antes, Ele deseja nosso espírito quebrantado, e que obedeçamos àquilo que Ele nos tem pedido. 

 

Uma entrega voluntária

Na verdade, Deus, quando deixou as regras a respeito dos holocaustos, Ele não queria que fosse necessário ao povo a realização de uma expiação pelos pecados, Ele apenas liberou essa possibilidade por sua maravilhosa graça e misericórdia, e vontade de redimir os pecadores. 

No fim das contas, o que agradaria a Deus seriam as ofertas voluntárias, não as oferecidas como pedidos de perdão. Ele não quer que tenhamos que sacrificar, Ele quer que obedeçamos a Ele e Seu querer ao ponto de ser desnecessário propiciação por erros. Nesse sentido, vemos no Salmo 51, nos versos 16 e 17, a vontade verdadeira de Deus sobre um altar para Ele

“Não te deleitas em sacrifícios nem te comprazes em oferendas, pois se assim fosse, eu os ofereceria. O verdadeiro e aceitável sacrifício ao Eterno é o coração contrito; um coração quebrantado e arrependido jamais será desprezado por Deus”. Salmos 51:16-17

Visto isso, percebe-se que Deus não mudou, pois Ele nunca se contradiz. Ele ofereceu ao povo a possibilidade de alcançar o perdão do Senhor por meio dos holocaustos, mas Ele nunca desejou que eles fossem realizados. Antes, desejava um coração quebrantado e disposto a seguir o querer do Pai. 

 

Uma vida sacrificial

Hoje, esses sacrifícios literais de animais nos causam relativo estranhamento por não fazer mais parte da vontade de Deus há aproximadamente 2000 anos. Visto que com a morte de Jesus Cristo, se realizou o último sacrifício de sangue necessário. E assim, estendeu perdão definitivamente sobre todos nós. Logo, agora cabe a nós apenas as ofertas voluntárias, e portanto, nosso coração e obediência dedicados a Ele espontaneamente.

Sendo assim, nesse sentido, cabe entender o que Paulo quis dizer quando instruiu os Romanos a serem sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Ele quer que vivamos uma vida sacrificial, sem a necessidade de queimarmos ofertar em um altar externo, mas antes dedicando nossa vida como um altar interno ao Senhor. 

 

Quem quiser ganhar a sua vida deverá perdê-la

É necessário renúncia das nossas vontades! A palavra aponta em Mateus 16:25 em diante que para ganhar a vida eterna é necessário abrir mão da vida terrena, mostrando um sacrifício que deve ser realizado por nós. Assim, o que o Senhor espera de você, e de mim, é que nos entreguemos completa e inteiramente, amando a Ele com todo nosso Ser, com toda nossa existência e todo nosso coração. 

Ele não deseja dividir a nossa afeição com ninguém, por isso, precisamos abandonar todos os ídolos do nosso coração, realizando uma renúncia de tudo aquilo que ocupa o lugar do Senhor, sacrificando todos os nossos anseios egocêntricos, e queimando nosso coração com a chama do evangelho, para atingir o prazer eterno.

 

Como se tornar um sacrifício vivo?

Gaste tempo no lugar secreto! Busque a Deus incessantemente todos os dias! Entregue-se completamente até que Ele seja o único Senhor da sua vida! Somente lendo as escrituras é possível compreender e aprender a ouvir a Palavra de Deus, aplicando-a em seu dia a dia. Esse é nosso culto racional, sermos sacrifício vivo! Viver uma vida sacrificial é o princípio para ser encontrado como um homem segundo o coração de Deus. 

Foi por Davi entender esse tipo de chave, e compreender a verdadeira vontade de Deus que ele foi levantado pelo Senhor como rei. Quão fortes e imensas são as recompensas de entregar-se por amor de Cristo! Quão inimaginável galardão nos espera! Não espere por um toque divino específico para começar a viver de maneira sacrificial no futuro. Inicie desde já essa jornada, nem que apenas investindo 5 minutos do seu dia em intercessão, seja intencional em ser sacrifício vivo ao Senhor! Seja intencional em viver segundo a vontade dEle!

 

João Marcos Goulart – Aluno Fascinação Turma 18

Neste mês, vamos explorar o significado profundo e a relevância do retorno de Jesus para a fé cristã. O tema do retorno de Jesus é de extrema importância para nós, cristãos, pois está intrinsecamente ligado à nossa esperança do seu retorno. Afinal, cremos que Jesus morreu e ressuscitou, o que nos proporciona a bendita esperança da ressurreição.

Em I Coríntios 15:13, Paulo nos lembra:

Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm”. I Coríntios 15:13

Quando Paulo escreveu essa carta, a igreja tinha em sua memória recente a lembrança da esperança que a ressurreição de Jesus lhes trouxe. No entanto, hoje em dia, é possível que essa esperança tenha se tornado distante em nossas mentes. Por isso, é importante trazê-la à memória sempre que possível. A ressurreição de Jesus é a pedra angular da nossa fé. Ela nos dá a certeza de que a vida não termina com a morte, mas continua na presença gloriosa de nosso Salvador. Essa esperança da vida eterna nos motiva a perseverar e a compartilhar o evangelho com ousadia e alegria.

“Trazendo Esperança: A Motivação Transformadora do Retorno de Jesus na Vida da Igreja”

Após a morte e ressurreição de Jesus, a igreja se manteve ativa e intensificou a pregação do evangelho, das boas novas. Já parou para refletir sobre o que os motivava? Seria compreensível que estivessem desanimados e sem fé, afinal, seu Mestre havia deixado essa realidade terrena. No entanto, eles deixaram uma marca na história e o mundo nunca mais foi o mesmo desde o surgimento da igreja do primeiro século.

A esperança, sem dúvida, é o combustível, o coração pulsante da igreja. Foi a esperança que impulsionou a igreja a continuar avançando, não o sucesso ou as conquistas. Era a esperança que os fortalecia. Essa esperança capacitava a igreja a se mover com fervor.

Para os cristãos do primeiro século, o entendimento do Reino de Deus estava relacionado ao movimento. Eles não viam o Reino de Deus como um destino após a morte, mas como um governo soberano que abrangia tudo, tanto a terra quanto os céus. Sua única maneira de acreditar nisso era através da esperança no retorno de Jesus. Essa esperança os impulsionava a continuar anunciando as boas novas. Por isso, os apóstolos testemunharam coisas como “vimos Sua glória, Ele morreu e ressuscitou, e prometeu retornar para estabelecer Seu trono de justiça e paz”. Eles compreendiam que nada poderia deter seu avanço, nem mesmo as perseguições, pois a esperança na ressurreição dos mortos estava recente em suas memórias.

A esperança cristã é uma força poderosa que molda a igreja. Ela traz um senso de propósito, capacitação e coragem para enfrentar as adversidades. Assim como os cristãos do primeiro século, também somos chamados a abraçar essa esperança viva em nossos corações, acreditar no retorno de Jesus e compartilhar com ousadia a mensagem transformadora do evangelho. 

A Esperança Além da Finitude: A Vida Eterna em Cristo

Antes, vivíamos inseguros em relação ao futuro, cientes de nossa finitude. Reflitamos juntos: o medo da morte é um dilema humano, pois a noção de nossa limitação e o receio de deixar de existir geram insegurança. Essa insegurança tem perdurado ao longo dos tempos. Desde Adão, ao dizer “não” a Deus, fomos lançados para a não existência, e esse medo de perder as pessoas que amamos nos atormenta até hoje.

No entanto, Jesus ofereceu uma resposta a esse dilema da finitude humana que não se restringe ao “céu após a morte”. Sua resposta é o Reino de Deus, inaugurado na história como a porta de entrada para a eternidade. A morte e a ressurreição de Jesus nos garantiram essa esperança e fortaleceram nossa fé em seu retorno. Ele inaugurou a entrada para a vida eterna, que já se tornou uma realidade para nós agora.

Por isso, para os cristãos do primeiro século, esse sentimento de finitude havia desaparecido. Podemos entender, então, o que Paulo e os apóstolos falavam sobre a ressurreição. Ela se trata da realidade de viver eternamente. Por isso, Paulo afirmava: “viver é Cristo, e morrer é lucro”. Viver e morrer faziam parte da mesma realidade. A razão pela qual vivemos é a morte, não como um fim em si, mas no sentido de que estamos em Cristo.

Paulo nos ensinava que estamos em Cristo, e nossa esperança hoje é vivermos para sempre. No entanto, a vida eterna não se trata apenas de existir perpetuamente, mas de existir na própria existência de Deus, desvanecendo a sensação de finitude. Assim como Cristo não teve um começo, e sua ressurreição nos mostra que ele não tem fim, assim é a nossa vida em Cristo.

 

A Jornada Entre o Eterno e o Temporal: Vivendo na Realidade de Deus

É certo de que existe sim um conflito  desafiador na vida, um embate entre o eterno e o temporal. Especialmente nos dias atuais, onde o curso das coisas contradiz a maneira bíblica de viver. Enquanto o mundo proclama a busca incessante pela felicidade, os cristãos compreendem que a verdadeira felicidade está em compreender que em Cristo a eternidade é uma realidade. A esperança nos auxilia a encontrar satisfação essencial nessa jornada. A felicidade não é encontrada quando tudo funciona conforme nossos desejos e quando somos constantemente gratificados, pois essa é uma esperança falsa.

O cristão não espera algo para ser feliz, ele já encontra a felicidade em Cristo. Não precisamos esperar alcançar empregos dos sonhos ou outros marcos para nos sentirmos realizados, pois já somos realizados em Cristo. Não precisamos correr atrás de uma vontade específica de Deus, pois já existimos dentro da vontade dEle. Portanto, não precisamos temer o erro, pois cada falha traz consigo uma dose de sabedoria. A esperança cristã é a essência da vida da igreja. Não pode haver expectativa de retorno sem eliminar essa sensação de finitude.

 

A Transformação da Insegurança pela Esperança

Por fim, esses extremos têm acompanhado a vida cristã por muito tempo. A vida não se resume apenas ao fim de tudo, nem apenas quando alcançamos as metas e objetivos que estabelecemos. No capítulo 3 de Filipenses, Paulo reconhece que as perdas são presentes necessários na vida do cristão, pois é nesses momentos que admitimos nossa total dependência de Deus.

Ignorar a realidade da segunda vinda de Jesus por medo é questionar a vida que estamos vivendo. Nossa existência não pode ser sustentada apenas por esperanças pessoais. O Espírito Santo está presente para nos ajudar a viver e compreender a dinâmica entre o eterno e o temporal de maneira íntegra.

Não há outra maneira de viver senão existindo na realidade de Deus. Portanto, devemos buscar a ajuda do Espírito Santo e clamar por Sua presença, a fim de manter a fé e a esperança em meio aos desafios da vida.

Existem algumas lições que podemos aprender com Israel quando observamos a forma com que Deus lida com seu povo. Ele é um Deus que ama, protege, não desiste e disciplina como um Pai que ama. E assim, Ele também age conosco.

No primeiro capítulo de Isaías, o profeta nos conta uma visão que ele tem do estado espiritual de Israel em relação a Deus. Em sua descrição ele aponta para um relacionamento muito familiar, pois mostra a figura de Deus como um Pai, e Israel como filhos.

Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra; porque o Senhor tem falado: Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim. Isaías 1:2

Aqui, o texto nos mostra que Deus criou filhos e os fez crescer, o que talvez seja uma das declarações mais marcantes do Antigo Testamento. Nesse texto, quero trazer algumas observações a respeito disso.

Deus tem filhos

Deus trouxe as doze tribos descendentes dos filhos de Jacó para fora da escravidão. Como um pai, Ele se compadeceu do seu povo, Ele os tirou da escravidão e os adotou como seus próprios filhos fazendo uma aliança com eles.

E andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo. Levítico 26:12

Ele diz: Nós viveremos juntos, vamos contar para as nações essa história de relacionamento. Eu os terei para mim, e eu serei totalmente de vocês.

Logo, Deus cria esses filhos e os faz crescer. E a Bíblia destaca esse relacionamento mais íntimo entre Deus e seu povo. Além do mais, Deus é para Israel um noivo. Assim como Ele também é um Pai e Israel é para Ele, um filho.

Portanto, Ele os escolheu, não porque eram numerosos, ou porque eram melhores que outros povos, mas por causa da Sua misericórdia. Sendo assim, Ele investiu neles e se entregou a eles exatamente como um pai faria.

Todavia, nessa história, Ele é um Deus que cerca seu povo com carinho e com amor, mas Seus filhos não o cercam de honra e amor. Ele os levou para a terra de Canaã, dando um lar para eles. Assim como os deu comida e os sustentou e os amparou no deserto. Ser um pai, é uma grande representação do quão longe Deus vai por amor aos seus filhos. Portanto, a Bíblia diz que eles se rebelaram contra Deus.

Israel não deu ouvidos a Deus

Em Isaías 1:2, vemos que Deus pede para que os céus e a terra lhe dessem ouvidos, pois seus filhos não estavam lhe dando. Um comentário bíblico diz assim:

Desesperado para obter audiência com os filhos de seu povo, Deus dirige-se aos céus e a terra e chama a atenção deles porque seu povo não queria lhe ouvir.

Isaías nos diz que Israel é semelhante a uma anomalia no mundo animal, porque há algo contra a natureza que eles fazem:

O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Isaías 1:3

Mesmo o boi ou o burro conhecem seu dono e sabem de onde vem a sua provisão, mas Israel, os filhos de Deus não o conhecem e não querem conhecer. Eles o abandonaram e desprezaram Sua lei e os mandamentos.

Vemos aqui a grande dor no coração de Deus por ter criado filhos que o desprezaram e se rebelaram contra Ele. Esses versículos nos apontam para as lições que podemos aprender com Israel, e sobre como viver hoje à luz do que Israel foi e será diante de Deus.

Estamos sujeitos a fazer o mesmo que Israel fez

Existe uma crescente tendência na igreja atualmente. Em 2022 foi feita uma pesquisa cujos dados mostram que a frequência de quem comparece a igreja (no Brasil) toda semana caiu de 34% para 29% dos que se dizem cristãos. Existe uma onda de pessoas que dizem: “eu sou a igreja e o templo de Deus, eu conheço Deus do meu jeito e da minha forma”. 

Desta forma, querem dizer que vão viver a própria definição do que é ser cristão. Com isso, percebemos que estamos nos tornando um povo que está endurecendo sua cerviz para Deus. Há um número crescente de pessoas que não querem conhecê-lo, e mesmo conhecendo, estão tomando suas vidas de volta para si. Por essa razão, corremos o risco de, como nação, sermos conhecidos como aqueles que já foram, mas hoje não são mais apaixonados e incendiados pelo Senhor.

Por isso, as palavras de Isaías 1 podem se referir a nós. Pois muitos têm abandonado a verdade bíblica, têm negociado o que é ser cristão e seguir a Jesus. O cristianismo no Brasil tem deixado de ser menos a respeito de Deus e mais a respeito de nós e como podemos ser mais felizes. Precisamos cuidar para que não nos tornemos mais interessados no que nos agrada do que com aquilo que agrada ao Senhor.

Dessa forma, sempre que você se deparar com um conflito de Deus com alguém ou algum personagem na Bíblia, use essa oportunidade para clamar ao Senhor que Ele examine o seu coração. Pois estamos sujeitos ao mal pois a mesma raiz de pecado também está em nós. Essa é uma das lições que podemos aprender com Israel.

As feridas precisam ser limpas

Ai, nação pecadora, povo carregado de iniqüidade, descendência de malfeitores, filhos corruptores; deixaram ao Senhor, blasfemaram o Santo de Israel, voltaram para trás. Por que seríeis ainda castigados, se mais vos rebelaríeis? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo. Isaías 1:4-6

O povo de Israel se afastou de Deus, abandonaram o Senhor e desprezaram o santo de Israel. Eles estavam totalmente alienados de Deus, isto é, totalmente separados. No v. 5 diz que toda cabeça está enferma, isto é, eles não conseguem pensar direito, perderam a capacidade de conectar as suas ações e consequências. Além disso diz que o seu coração está doente e em apatia.

No versículo 6 vemos uma descrição gráfica da condição de Israel. Ele está doente da cabeça aos pés. Há feridas no corpo todo que precisam ser apertadas, a infecção deve ser limpa com óleo e tratada.

No texto ele continua dizendo:

E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal, como uma cidade sitiada. Isaías 1:8

Em outras palavras ele está dizendo que eles estão sozinhos e isolados. Além disso, vulneráveis como uma cabana, não em um vinhedo, mas em um campo de pepinos numa cidade esquecida.

Se o Senhor não tivesse tido misericórdia e deixado restar alguns sobreviventes, eles estariam agora como Sodoma e Gomorra, diz o v. 9. Isso aponta para o fato de que Deus sempre tem aqueles que permanecem e continuam a ser fiéis a Ele, como Isaías, por exemplo.

O ponto aqui, é que qualquer que seja a tendência, Deus nunca deixa o seu povo abandonado e jamais vira as costas para ele. Se Ele removesse Israel do mapa, a profecia de Isaías não teria se cumprido, o rebento de Jessé, Cristo, jamais teria vindo ao mundo.

Hoje, nós temos um homem judeu que nos ama. Há hoje, um homem judeu à direita de Deus. Por Ele nós fomos agraciados e enxertados na família de Deus, na qual Cristo é o primogênito.

 

Todas as iniquidades foram lançadas em Cristo

Em Isaías 53, vemos um Cristo com o corpo ferido, coberto de chagas, e a Bíblia diz que o reputávamos como aflito e ferido de Deus. Em Isaías 1 os filhos rebeldes tem feridas e chagas abertas e a iniquidade é lançada no Filho de Deus. Portanto, a Bíblia diz que o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Assim, vemos que Israel não é muito diferente de nós.

Uma das lições que podemos aprender com Israel é que Israel, portanto, é uma imagem dos filhos rebeldes que Deus chamou, amou e salvou. e desde a fundação do mundo Deus nos viu e nos amou, e pré-determinou nossa existência.

Até o momento da Cruz, na história bíblica, olhando para trás, vemos os filhos rebeldes, vemos uma Israel rebelde. Mas Deus envia Jesus por eles também. Dessa forma, existe um remanescente e esperança para Israel porque o Pai é Senhor dos exércitos. Assim, há esperança pois o Pai de amor que deu o Filho também é poderoso em batalha, e ele lutará pelo coração de Israel, pelo meu coração e pelo seu coração.

Isso porque a rebeldia do povo de Deus é a rebeldia da igreja, a dureza do coração de Israel é a dureza do meu coração e do seu. Dessa forma, a grande obra do Espírito Santo é reunir os remanescentes e despertar os filhos rebeldes de Deus.

Aprendendo uma lição com Israel

Uma das lições que podemos aprender com Israel, é que a história desse povo é um alerta para nós. Pois podemos ser amados pelo Pai, amparado por Ele, carregar promessas e mesmo assim, estamos sujeitos à rejeitá-lo. E mesmo assim, caminhar distante dele. Ou seja, a capacidade de virar as costas para Deus que assolou Israel, esse mesmo potencial existe na minha vida porque a raiz do pecado não foi cortada.

Mas, chegará um dia em que o corpo corruptível dará lugar a um corpo incorruptível. Haverá um dia em que o coração que deseja pecar, dará lugar a um coração que não vai querer pecar. Todavia, até lá, estamos travando uma batalha entre a carne e o espírito. Até lá, precisamos nos submeter diariamente ao Senhor e tomar a nossa cruz.

Que possamos deixar o Senhor tocar em nossas feridas, e tratar a infecção do pecado do nosso coração, para que quando vier o fim possamos ser encontrados nele.

 

 

 

 

 

 

Quando mencionamos o grande dia, estamos falando sobre a volta de Jesus, sobre o seu retorno. 

Quando comecei a participar e entender o movimento de oração, comecei a entender também que isso estava plenamente ligado ao retorno de Jesus. 

A espera pela segunda vinda de Jesus é algo que deve ser nutrido em nosso coração, assim como nossa intimidade com Ele. Afinal, nunca desejamos a presença de alguém por quem não sentimos um verdadeiro afeto, e isso se torna muito claro quando direcionamos nossa vida através da perspectiva eterna. 

Por muito tempo, eu achava que precisava concluir uma série de coisas antes desse momento tão esperado. No entanto, nos últimos anos, meu coração mudou e percebi que só encontraria plenitude na presença do meu amado Jesus.  

Como posicionar nossa vida?

Com as adversidades desse mundo, desejar a volta de Jesus se torna ainda mais necessário, pois sabemos que somente Ele é capaz de nos dar a paz e segurança que tanto almejamos. Por isso, esse deve ser um dos nossos maiores anseios à volta do nosso Salvador . 

Um texto que fala de maneira clara sobre como devemos posicionar nossa vida em relação ao grande dia está em Mateus 24:42-44

Observe o que diz esse texto da palavra:

Em Mateus 24:42-44 Jesus diz:

“Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor. Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Assim, também vocês precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam”.

Em Mateus 25:13 vem uma nova advertência sobre isso:

“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir”. Mt. 25:13

Assim, vigiar está completamente ligado ao ato de orar. Certamente o movimento de oração, a cultura de uma igreja que vigia e ora está ligado a esse estilo de vida que é próprio de alguém que está se preparado para o retorno de Jesus. 

 

Existirão dois grupos de pessoas

Aliás, sabemos que no grande dia existirão dois grupos de pessoas: os que se preparam para a volta e os que não deram atenção aos chamando a vigiar. 

Isso fica muito claro quando lemos Mateus 25: 1-12  na qual fala das virgens,  as que estavam preparadas e as que não estavam preparadas. 

Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Mt. 25:1-12

 

Mas, na prática, como devemos nos preparar para o grande dia?!

A melhor maneira é vivendo uma vida de santidade, integridade, com os olhos colocados na eternidade, mas principalmente conhecendo cada dia mais sobre o coração de Jesus, e isso somente é possível mediante um relacionamento profundo e genuíno com Ele. 

Estarão preparados para o grande dia aqueles que oram e cantam a palavra, os homens e mulheres que são íntimos de Jesus saberão discernir os tempos e os sinais e estarão alerta e prontos como uma noiva que espera ansiosa pelo encontro com seu amado noivo. 

Eu quero estar de pé e ter o direito a olhar nos olhos do meu Salvador. 

“Tenham cuidado, para que os seus corações não fiquem carregados de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra. Estejam sempre atentos e orem para que vocês possam escapar de tudo o que está para acontecer, e estar de pé diante do Filho do homem”. Lucas 21: 34-36

A tão aguardada volta de Jesus representa um momento crucial na vida da igreja.

Precisamos estar preparados e ter a certeza de que não deixamos faltar o óleo em nossas vidas, para podermos ser como uma noiva adornada para o nosso amado. 

Por isso, não hesito em dizer Maranata, vem Senhor Jesus! Essa expressão é uma forma de implorar pela presença do nosso Salvador, que está sempre pronto para nos guiar em amor e verdade.

Não podemos nos esquecer de um dos mais incríveis aspectos de quem Jesus é: aquele que é amor também é justiça e cada vez que eu olho para este mundo tão cheio de iniquidade e perversão eu anseio ainda mais pelo retorno do Justo Juiz. 

 

Quero declarar o mesmo que Paulo declarou ao final da sua jornada: 

Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 2 Timóteo 4: 7,8  

O grande dia será glorioso para alguns e terrível para outros. Nossa preparação, nossa espera, nosso anseio e nossas escolhas dirão muito a respeito de que lado vamos estar no grande dia. 

E o Senhor levantará a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do Senhor é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar? Joel 2:11 

Minha oração é para que você e eu tenhamos uma vida em retidão diante Dele, cantando e orando por seu retorno e vivendo por esperar esse grande e glorioso dia!

Aquele que dá testemunho destas coisas diz: “Sim, venho em breve! ” Amém. Vem, Senhor Jesus! Apocalipse 22:20 

 

Quando estamos construindo um altar ao Senhor, precisamos entender o que isso significa. Olhando para a história da mulher samaritana e Jesus, vamos entender mais sobre isso.

Em um poço, ao meio dia, uma mulher excluída da sociedade é encontrada por um homem judeu que lhe dirige a palavra. Então, o que no início era apenas um pedido de água acabou na revelação da fonte da água da vida, o Messias. Essa situação se encontra no capítulo 4 do livro de João dos versos 19 ao 26. 

“Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:19-24)

Nessa passagem em questão, em resposta a afirmação da mulher samaritana, Jesus declara que os samaritanos adoram o que não conhecem. Assim, Ele completa que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Logo, pude deduzir que a adoração está atrelada ao conhecimento. Ou seja, a minha adoração só será verdadeira se eu conhecer o alvo dela que deve ser o Deus verdadeiro. Assim, conhecendo o alvo da minha adoração construirei um altar legítimo para o Deus legítimo.

 

O altar é o lugar de relacionamento

Contextualizando, um altar, no antigo testamento, era um lugar onde o sumo sacerdote ia para oferecer holocaustos e sacrifícios em favor do povo. O altar também era um lugar de relacionamento e adoração.

Durante todos os relatos no antigo testamento vemos que o altar está relacionado com adoração do povo ao Senhor. Era no altar onde pessoas específicas, geralmente o sumo sacerdote, ofereciam holocaustos e ofertas de gratidão. Logo, todos esses feitos subiam como incenso perante o Senhor (quando feitos segundo a Sua vontade). 

Altar também é um lugar de relacionamento. Ou seja, quando alguém estava indo para um altar, logo se deduzia que ele estava indo se relacionar e adorar ao Senhor. Altar é o lugar que Deus escolheu para que seus filhos o adorem. É lugar de prazer e deleite no nosso amado.  

Na antiga aliança o altar era acessado apenas por pessoas específicas. Isto é, um escolhido se colocava como representante do povo e intercedia por este. Porém, na nova aliança Jesus abriu o caminho de acesso ao Pai. Agora, não é mais preciso que terceiros se apresentem a Deus, temos livre acesso para ir até o altar. E mais, temos livre acesso para construí-lo. Construtores de altar é uma identidade, são aqueles que decidiram viver uma vida de adoração, que dia e noite levanta incenso ao Pai. 

 

O conhecimento de Deus é indispensável para uma adoração verdadeira

Em João 4, a conversa que Jesus teve com a samaritana envolveu o tema adoração, onde ela fala sobre os seus antepassados adorarem no monte e os judeus em Jerusalém. Jesus responde que chegaria a hora que o Pai não seria adorado nem no monte nem em Jerusalém, mas em espírito e em verdade. Também falou que os samaritanos adoravam o que não conheciam, e essa é a chave. Eles adoravam o que não conheciam, ou seja, adoravam um deus falso, logo, construíam um altar para ídolos.

Partindo do pressuposto que todos (independente da crença) estamos construindo um altar e que altar é um lugar de adoração, podemos deduzir que há duas esferas de construtores: os samaritanos e os judeus. 

Os samaritanos são aqueles que adoram o que não conhecem e os judeus os que adoram o que conhecem. Diante disso, muitas vezes em nossa vida podemos estar como os samaritanos, adorando o que não conhecemos como, nossa visão de quem o Senhor é. E quando paramos para perceber, em nosso coração há milhares de altares levantados para milhares de ídolos que nós mesmos fabricamos. Enquanto não conhecermos o que adoramos estaremos construindo um altar para uma forma turva. 

 

Construindo um altar legítimo

Para construirmos um altar legítimo para o Deus legítimo precisamos conhecê-lo, não tem como adorarmos o que não conhecemos. Sendo assim, é necessário estarmos aos pés dele (Lucas 10: 38-42), olhando para cada detalhe de sua pessoa, contemplando sua beleza. Adorar é conhecer e prosseguir conhecendo ( Oseias 6:3), é construir um altar, uma vida de adoração que levanta incenso pro Pai dia e noite a partir do conhecimento de quem Ele é.

Quanto mais eu conheço do caráter de Deus, mais pura e verdadeira minha adoração se torna. Não se restringe apenas a um levantar de mãos ou a uma música que canto no domingo, mas sim à posição do meu coração. Quanto mais eu conheço o Alvo da minha adoração, mais em espírito e em verdade eu O adoro.

 

A quem temos adorado?

Muitas vezes não temos adorado ao Deus verdadeiro, mas sim a uma ideia de quem Ele é. Para que isso se rompa é preciso reconhecer os altares que há em nosso coração e perceber para quem eles são direcionados, isso deve gerar arrependimento dos altares construídos a outros deuses. 

Também devemos nos lembrar que não existe adoração sem antes ter uma revelação, a pecadora que unge Jesus só fez isso porque antes ela teve uma revelação de quem Jesus era  (João 12: 1-11), por isso devemos investir tempo no secreto, conhecendo o coração de Deus, escutando o que Ele tem para revelar de si mesmo para nós e contemplando a sua face.

É importante também ter paciência, lembrando que sempre devemos conhecer mais de quem Ele é, e que existe graça o suficiente para isso. Por fim, devemos adorá-lo em espírito e em verdade, com todo entendimento e render-lhe glórias em cada ação, como resposta a Ele que se revela a nós da mesma forma que se revelou a mulher samaritana.

 

Lavínia Pequim – Aluna Fascinação Turma 18

 

A perda do “primeiro amor” é uma situação em que muitos cristãos se deparam diante da sua jornada. Por muitas vezes, a falta de compreensão sobre alguns pontos referentes ao nosso coração faz com que venhamos a reagir de forma equivocada perante a esta questão. Talvez, a pergunta mais gritante desta exortação do Senhor se trata sobre “o que é o primeiro amor?” – em conjunto a isso, vemos mais questionamentos nascendo ao meditarmos, afinal, primeiro amor é o amor que temos quando nos convertemos? Por que eu o perdi? E no final chegamos à pergunta que se relaciona com a ordem de Cristo: “como voltar ao primeiro amor?”. 

 

“Tenho contra ti, porém, o fato de que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta às obras que praticavas no princípio. Se não te arrependeres, logo virei contra ti e tirarei o teu candelabro do seu lugar.” (Apocalipse 2:4-5)

 

Uma exortação de Cristo

No final do primeiro século, João escreve as Revelações que recebera quando exilado na Ilha de Patmos durante o governo de Domiciano. Então, ele escreve às 7 igrejas da Ásia menor sob a ordem de Cristo, sendo a primeira carta para a Igreja de Éfeso. Esta cidade foi uma cidade em que o Evangelho cresceu de forma exponencial. Além disso, Paulo foi responsável pela fundação e pela manutenção da comunidade, descrita no livro de Atos (Atos 19).

Contudo, sabemos que o próprio João também foi Bispo desta igreja. A cidade era a mais importante da província romana da Ásia, nela havia o templo de Diana e também havia se tornado o centro bancário mais rico. Devido a estes fatores, os efésios eram independentes. Porém, Paulo, quando escreve a carta a esta Igreja, por volta de 60 d.C., ele afirma que era conhecido por ele a fé que havia entre os membros e também o amor para com os santos. (Ef 1:15).

Assim, quando olhamos para a exortação de Cristo a Éfeso percebemos pontos a seres ressaltados, tais como: Deus sabia tudo o que eles faziam. Eles foram críticos demais em relação a pseudoapóstolos. Eles haviam sofrido por conta de Jesus, mas, eles abandonaram o primeiro amor e era necessário que tomassem alguma atitude, e assim, voltar ao primeiro amor.

 

O que é o primeiro amor?

O primeiro amor não é de caráter temporal, ou seja, o amor que havia no início da minha conversão. É, portanto, o quanto que Cristo ocupa na minha vida. João discorre muito sobre este assunto em suas cartas. Em sua primeira epístola, ele nos apresenta que Deus é amor (1Jo 4:8) e que “nós o amamos porque Ele nos amou primeiro.” (1Jo 4:19). Sendo assim, o primeiro amor é a resposta do nosso coração ao amor que nos amou primeiro.

Em Confissões, Agostinho admite que Deus havia ferido o seu coração com sua Palavra, e então ele amou ao Senhor, mas na continuação de seu livro (Livro X), ele indaga: “o que eu amo quando te amo?” – Esta pergunta nos leva a questão sobre o porquê acabamos partindo para um lugar onde perdemos este amor.

 

Por que o perdemos?

Calvino nos diz que “o coração do homem é uma fábrica de ídolos”. Assim, durante a história percebemos que o povo de Israel, chamado para serem construtores de altares a YHWH, passam a ter olhos para deuses falsos e assim, começam a erguer altares em devoção a eles. Isso demonstra como nosso coração SEMPRE ADORA ALGO. Logo, perdemos o primeiro amor porque começamos a nos saciarmos com outras coisas, porque nossos olhos começam a ser fascinados com algo que não é o Senhor e Idolatria é justamente isso. Além disso, é buscar em outro lugar algo que apenas Deus pode ser.

 

O homem está em constante amor a algo

Então, voltando ao questionamento que Agostinho havia feito (o que amo quando te amo?), isto nos alerta sobre a imagem que nós temos de Deus. Levando no contexto geral, Deus fez o homem para si, o pecado o cegou e agora o homem busca preencher esta lacuna. Logo, é assim que nasce a adoração a outros deuses e a adoração da imagem do Senhor de forma deturpada.

Portanto, o homem está sempre construindo altares e está em constante amor a algo. Sendo assim, quando estamos destituídos da imagem clara do Senhor, acabamos nos movendo através do que há em nosso coração pecaminoso. Quantas vezes amamos a um deus ao qual nós criamos? Quantas vezes servimos e adoramos a um deus ao qual está muito mais próximo da nossa personalidade do que do Deus verdadeiro? Um deus criado à minha imagem e semelhança? 

 

Somos feitos por Ele e para Ele

O coração da Igreja de Éfeso havia sido corrompido e perdido este lugar de completude e satisfação, pois se Cristo não estava em primeiro lugar, algo estava ocupando esta posição. Este lugar é o da perda do primeiro amor. O próprio Agostinho nos fala que “fizeste-nos para Ti e nosso coração só encontrará repouso se estiver em Ti”. Ou seja, só viveremos esta verdade ao voltar ao primeiro amor e se o primeiro amor do nosso coração for o Senhor. 

Éfeso operava boas obras, mas o coração estava distante, por isso, após comunicar o problema da igreja, Jesus continua a exortação para que eles lembrassem de onde haviam caído e se arrependessem. A perda do primeiro amor não é apenas uma situação, mas um pecado. Como falado anteriormente, a perda do primeiro amor se dá por conta da idolatria em nosso coração. Como F.F. Bruce diz: “nem as obras e a sã doutrina podem tomar o lugar do amor na comunidade cristã.”

O questionamento a ser respondido aqui é: se não estamos amando a Deus, o que estamos amando em seu lugar?

Voltando ao primeiro amor

Devemos voltar ao primeiro amor, isto é, voltar ao lugar em que somos fascinados e satisfeitos pela Beleza de Cristo. É o lugar onde não somos definidos que fizemos ou pelo que apresentamos em nossas mãos, mas somos definidos na pessoa de Cristo. É o lugar de “uma só coisa” (Sl 27:4). 

Voltar ao primeiro amor configura-se no primeiro mandamento, expresso por toda a história de Israel: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, toda alma e de todo seu entendimento (Mc 12:30). É a partir deste lugar que nossas mãos devem fluir.

Basicamente, Jesus já nos demonstra o que devemos fazer. Relembrar em que lugar caímos e nos arrepender, Jesus não está condenando o feitio das obras, mas aonde está o coração, por isso, precisamos nutrir o nosso coração em um lugar de intensidade e devoção ao Senhor.

 

3 ferramentas para cultivar o primeiro amor 

Oração – lugar de intimidade e relacionamento com o Senhor. Momento em que nos colocamos diante do Senhor a fim de que Ele venha a nos moldar e mudar para que a cada passo venhamos a nos tornar mais semelhantes a Ele. 

Leitura da Palavra – É através da sua Palavra que conhecemos este Deus ao qual nos relacionamos. Jesus nos convida a amar a Deus com todo entendimento. Isso parte de um lugar da revelação da Palavra do Senhor. É nos 31.000 versos, 66 livros que conhecemos ao Deus Criador, que há 2 mil anos atrás invadiu a história como um bebê indefeso, sofreu, morreu, ressuscitou, voltará para Reinar e encontrará a sua Noiva num lugar de Primeiro Amor. 

Jejum – Expressando a saudades do Noivo! Mostrando que nós vivemos para algo acima dos nossos prazeres. 

O primeiro amor precisa ser regado na vida cristã ordinária. Assim como nos altares levantados, era necessário que os sacerdotes mantivessem o fogo aceso (Lv 6:12-13). Era preciso que eles cuidassem daquele lugar para que a chama não se apagasse – precisamos nutrir o primeiro amor neste lugar com uma vida de beleza e fascínio ao Senhor. Compreender que Cristo é o nosso bem supremo é uma chave essencial para voltarmos a lugar que Éfeso havia caído. 

 

Guilherme Henrique Joanella – Aluno Fascinação Turma 18

Antes de ser encontrado pelo Senhor no caminho para Damasco, Paulo demonstrava grande zelo por seu povo. Logo, ele era um fariseu muito diligente, observador da lei, instruído pelo grande rabino Gamaliel. Mas depois do poderoso encontro, o zelo de Paulo foi transformado em uma incessante angústia pela condição de Israel, pelo véu que continuava sobre seu povo e os impedia de ver a sua profunda necessidade de salvação. Assim, a angústia divina tornou-se a dor de Paulo pelo que estava no coração de Deus em relação ao seu povo.

A carta de Paulo aos romanos

Os primeiros oito capítulos de Romanos enfatizam a fé. Os capítulos 9-11 enfatizam a esperança. Os capítulos 12 a 16 enfatizam o amor.

Por outro lado, vemos que um grande problema referente à justiça de Deus surge diante do ponto que Paulo destaca sobre Deus: Se Deus é por Seus eleitos e nunca removerá Seu amor deles, por que Ele rejeitou Seu povo escolhido, os judeus?

Certamente parece que algo os separou de Seu amor. Por exemplo, Ele permitiu que eles experimentassem o Holocausto. Sendo assim, se Deus se afastou de Israel, os cristãos estão realmente tão seguros?

O problema se concentra na forma justa com que Deus lida com a humanidade e, portanto, era algo com o qual Paulo precisava lidar nesta epístola, que trata da justiça de Deus. Todavia, do capitulo 9-11 O apóstolo aos gentios passou a mostrar que Deus não havia removido Seu amor dos judeus. Nada os havia separado de Seu amor.

Deus não abandonou o seu povo

A forma de Deus tratar com Israel não indicam que Ele os abandonou, mas
devem ser vistos à luz de Seus planos futuros para a nação. No futuro, Deus
glorificará Israel. Portanto, no contexto da predestinação e na ênfase da soberania de Deus, Paulo nos oferece um olhar mais profundo sobre como Deus lida com seu povo e cumpre seus designíos.

Em Romanos 8:29-39 quando Paulo fala sobre a predestinação podemos
acabar chegando a conclusão de que oração é inútil, uma perda de tempo, que
simplesmente não faz diferença. Mas não é bem assim…

Se o Deus soberano faz tudo soberanamente para que orar?

Claramente, Paulo discorda dessa ideia. Ele afirma a eleição eterna de
Deus e sua determinação de salvar seu povo. No entanto, Paulo obviamente acreditava que um dos principais meios pelos quais Deus realizaria seu propósito eterno é por meio das orações de seu povo.

Afinal, nós sabemos o FIM dessa história, o povo judeu dirá: bendito é o que vem em nome do Senhor. Ou seja, o fim ordenado por Deus, a salvação dos eleitos, não ocorrerá à parte de seus meios ordenados, a oração intercessória.

O Senhor nos chama a concordar com Ele. Esse é o verdadeiro proposito da
intercessão dos santos diante do trono. Nós vamos moldar a história com Deus inclinando nossos ouvidos para o que Ele sente e pensa. Fazendo da angústia divina a nossa também.

Paulo: apóstolo aos gentios

Como dito anteriormente, Paulo demonstrava grande zelo pelo seu povo, e este zelo, foi transformado em uma dor pela condição de Israel. Ele era o homem perfeito para causar impacto entre os judeus. No entanto, o desejo de Deus era que Paulo tivesse um entendimento mais completo do seu coração.

Deus ama Israel e as nações, ou seja, não é uma luta sobre quem é o favorito de Deus, como vemos em Gálatas 3:28

Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. Gl. 3:28

Portanto, a eleição de Israel não é a rejeição das nações e nem o contrario; é o meio que Deus escolheu para cumprir o seu propósito de levar todas as nações, incluindo a nação de Israel, de volta para o Éden. E o mais lindo é que ele escolhe um povo para demonstrar isso, e sua demonstração de amor e afeto serviria de cordas de amor que nos envolveria de tal forma nessa história maior.

Deus foi fiel com Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi, e assim como Ele usou um povo judeu para comunicar seu coração, nós também seremos instrumento. Pois, se Ele usou um judeu aos gentios, por seu ministério e apostolado. Hoje, o Senhor chama e usa gentios para amarem os judeus por meio de suas orações.

A angústia de Paulo era a angústia divina

Não seria nenhum exagero considerar Romanos 9–11 a passagem mais importante do Novo Testamento para a compreensão da conexão entre Israel, a Igreja e a Grande Comissão.

Alguns podem ter pensado que Paulo odiava os judeus, visto que havia se afastado do judaísmo e agora pregava um evangelho livre da lei. Portanto, ele se esforçou para afirmar seu amor por seus irmãos judeus – com um juramento triplo.

Paulo não poderia ter sido mais taxativo no verso 1: “Digo a verdade em Cristo (1), não minto, e a minha consciência (2) confirma isso por meio do Espírito Santo (3)”.

Em uma curta afirmação, ele enfatiza por três vezes que o que ele estava para dizer não era simplesmente uma emoção ou um sentimento passageiro; era genuíno, profundo e constante, testemunhado pelo próprio Espírito. Portanto, sentimento de Paulo sobre esse assunto é algo tão impressionante que só pode ser comparado ao de Moisés, no episódio do bezerro de ouro, e ao de Jesus, quando chorou pelo povo de Jerusalém, em uma angústia divina e quando enfrentou a cruz:

Ó Jerusalém, Jerusalém, cidade que matas os profetas e apedrejas os que a ela são enviados! Quantas vezes eu quis ajuntar teus filhos, como a galinha ajunta seus filhotes debaixo das asas e não quiseste! (Lucas 13:34)

Logo, Paulo estava aflito, inconsolável, agonizando pela tristeza que o consumia ao pensar na condição dos seus irmãos judeus. Isso me faz questionar a minha falta de angústia pelo que está no coração de Deus comparada à profunda angústia que Paulo sentia. Seu coração ardia pela salvação de Israel.

Paulo estava disposto a perder tudo, inclusive sua própria salvação para que Israel e as nações sejam salvas. E isso demonstra grande maturidade. Pois, maturidade é quando tudo se torna menos a respeito do eu e mais respeito do outro.

 

Oração e intercessão por Israel

BH Palmer, em seu livro sobre oração, disse que:

intercessão é apropriadamente chamada de “linguagem do amor” porque “em nenhuma parte da oração nos aproximamos tão grandiosamente do ofício sacerdotal como quando rompemos a crosta do egoísmo e esquecemos nossos próprios desejos e pecados. Podemos abraçar os cuidados e infortúnios dos outros – colocando nossa alma no lugar de suas almas, para que com fervor sacerdotal possamos colocá-los diante do coração de Deus.

Se não intercedermos em oração em favor de outros, pode ser que tenhamos entendido tudo errado o que é a intercessão. Ou seja, a intercessão não é primeiro eu colocando meus fardos no coração de Deus, mas sim Deus colocando seus fardos em nossos corações.

Portanto, em nossa geração, quando a controvérsia sobre Israel e o destino do povo judeu têm tomado proporções globais, com aumento do ódio e de práticas antissemitas, a Igreja precisa urgentemente ser batizada no coração de Deus e sentir o que ele sente pelo seu povo, Israel.

O fruto da angústia de Paulo

Paulo estava nos muros de Jerusalém, como dito em Isaías 62: “nos teus muros, ó, Jerusalém…”. Vemos isso em Romanos 10:1: “Irmãos, o desejo do meu coração e minha oração a Deus por eles é para a sua salvação.” O fruto da angústia de Paulo pelo seu povo que foi afastado de Cristo é desejar a salvação deles e orar para que sejam salvos.

Portanto, não devemos seguir o raciocínio de homens céticos aqui: “Não há razão para orar pelos pecadores se Deus é soberano para salvar.” Em vez disso, devemos pensar assim: “Porque Deus é soberano para salvar, orarei pelos pecadores com esperança.”

Paulo orou pela salvação de Israel, Cristo orou na cruz pela salvação deles, portanto, eu também orarei. Que a angústia divina se torne a angústia em meu coração.

O Senhor nos convida a se alegrar com os que se alegram, e a chorar com os que choram, mas hoje Ele enfatiza para que nos acheguemos a ele para chorar pelo o que Ele chora e se alegrar com o que Ele se alegra ( a menina dos seus olhos, Israel).

O Senhor escolheu revelar o seu amor, o seu caráter, a sua fidelidade através do Seu relacionamento com uma pequena nação do oriente médio. Logo, Ele elegeu uma família, um povo, uma terra, para serem o cenário da sua grande narrativa de redenção. Isso não te surpreende? Portanto, quanto mais meditamos nas promessas de Deus para Israel, mais fica claro como Ele intencionou que Israel fosse levantando como um testemunho vivo, para todas as nações, das afeições de Deus.

Para nós que somos parte do corpo de Cristo, ler a história de Deus com o povo hebreu é crescer em convicção do tipo de amor com o qual fomos alcançados. Assim, fomos enxertados na Videira verdadeira e nutridos com as afeições do Eterno. Então, não há espaço para presunção, arrogância ou até mesmo autocomiseração, quando conhecemos o zelo do coração de Deus pelo Seu povo.

O plano de redenção

De Gênesis a Apocalipse apenas uma história é contada: o grande plano da redenção. Logo, se é pela graça que, assim como nós, Israel foi eleito, os méritos da salvação cabem apenas a Cristo. Pois, afinal, Ele é o autor e o consumador da nossa fé, Ele é o Messias que veio para resgatar Israel.

Assim diz o Senhor: “O povo que escapou da morte achou favor no deserto”. Quando Israel buscava descanso, o Senhor lhe apareceu no passado, dizendo: “Eu a amei com amor eterno; com amor leal a atrai.” Jeremias 31:2,3, grifo nosso

Assim, nos desertos, nos exílios, nas colheitas, nas celebrações, os olhos do Senhor sempre estiveram voltados para o Seu povo, Ele sempre se aproximou, sempre preservou o seu remanescente, sempre manteve a sua aliança. Portanto, segundo as afeições de Deus, com amor leal Ele os atraiu, vez após vez. Afinal, esse é o Deus que não pode negar a si mesmo, o Deus que permanece fiel mesmo quando somos infiéis (2 Timóteo 2:13). Assim como, Ele é o Deus que não volta atrás em suas palavras, nem precisa editar os termos da sua aliança, porque aos olhos humanos as coisas saíram do controle.

Uma história de amor real

A história de Deus com Israel, não é uma peça ensaiada para que a Igreja possa descobrir como é preferida. Essa é uma história de amor real, do Deus que desposou uma nação e fez com ela uma aliança eterna. Israel não se autointitulou Menina dos Olhos de Deus, essa declaração sai da boca do próprio Deus (Zc 2:8).

Coloque-me como um selo sobre o seu coração; como um selo sobre o seu braço; pois o amor é tão forte quanto a morte, e o ciúme é tão inflexível quanto a sepultura. Suas brasas são fogo ardente, são labaredas do Senhor. Nem muitas águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem levá-lo na correnteza. Se alguém oferecesse todas as riquezas da sua casa para adquirir o amor, seria totalmente desprezado.” Cânticos 8:6-7

O amor de Deus é inflexível, imparável e ardente, sem nenhuma sombra de variação, nenhuma mudança intensidade. Por isso, sabemos que o Senhor não deu as costas para o Seu povo, nem pausou os seus planos para que pudesse lidar conosco. O Deus soberano é quem costura a história sem perder a linha e o cumprimento de Suas promessas estão a caminho.

Amando o que o Senhor ama

Em breve chegará o dia em que o Espírito de graça suplica será derramado sobre os judeus e entre lágrimas eles olharão para o Messias e se lamentarão como quem lamenta por um filho (Zc 12:10), os seus corações serão tocados, os olhos do seu entendimento serão abertos e em uma só voz, a filha de Sião declarará: “Bendito é o que vem em nome do Senhor”. (Mt 23:37-39) e então Ele retornará.

Até lá vigiaremos com o nosso Amado, nos envolveremos com as causas que estão próximas ao Seu coração, amaremos o que Ele ama e odiaremos o que Ele odeia, pois estamos enfermos de amor.