Fhop Blog

Salmos 84: Expressando nosso anseio por Deus

Estudo Bíblico

Salmos são uma das formas mais belas de expressarmos nossos anseios, angústias e orações.

Portanto, hoje quero que você e eu façamos isso usando um dos meus Salmos preferidos: o Salmos 84, pois ele carrega a expressão exata do anseio que todo o ser humano tem dentro de si. O anseio por Deus, por encontrá-lo, por conhecer mais Dele e estar com Ele em plenitude.

Aliás, se você ainda não leu este Salmos eu te convido a fazer isso hoje.

Encontrando alegria em estar com Deus

Como é agradável o lugar da tua habitação, Senhor dos Exércitos! A minha alma anela, e até desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo. Até o pardal achou um lar, e a andorinha um ninho para si, para abrigar os seus filhotes, um lugar perto do teu altar, ó Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus.Como são felizes os que habitam em tua casa; louvam-te sem cessar! Pausa Como são felizes os que em ti encontram sua força, e os que são peregrinos de coração!  Salmos 84:1-5 

Primeiramente, somos criados por Deus e fomos feitos para nos sentirmos plenos Nele. Esse Salmo expressa isso de uma forma tão profunda e clara.  Ademais, sua alma e a minha sempre irão ansiar por estar nos átrios do Senhor e até mesmo nosso corpo canta de alegria somente de estar na Presença Dele. Os átrios do Senhor significam  um lugar no qual podemos prestar nossa adoração, declarar nosso amor e prestar honra e glória Aquele que é merecedor de tudo isso e o motivo das nossas afeições. Se o pardal e a andorinha acharam um lar, você e eu também podemos declarar  isso por estarmos perto deste altar. Ademais, são igualmente felizes e satisfeitos aqueles que habitam na casa de Deus, pois o louvam sem cessar. 

Certamente, são felizes os que encontram sua força no Senhor. 

Encontrando forças para continuar

Ao passarem pelo vale de Baca, fazem dele um lugar de fontes; as chuvas de outono também o enchem de cisternas. Prosseguem o caminho de força em força, até que cada um se apresente a Deus em Sião. Ouve a minha oração, ó Senhor Deus dos Exércitos; escuta-me, ó Deus de Jacó. Pausa Salmos 84: 6-8 

No hebraico Baca significa choro ou lágrimas, vale das balsameiras ou vale árido, mas o que diz aqui é que em Deus transformar este vale em um lugar de vitória, uma fonte a jorrar. Podemos somente passar pelo vale de Baca e não permanecer nele. Mas, como diz no salmos, podemos fazer dele um lugar no qual nos tornamos mais fortes para a jornada.  Nós podemos celebrar nossa fé e demonstrar nossa confiança que Deus é Aquele que nos escuta e também responde nossas orações independente se estamos no vale de Baca ou a caminho de Sião. 

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Mateus 11:28 

O Senhor Deus é sol e escudo

Olha, ó Deus, que és nosso escudo; trata com bondade o teu ungido. Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar; prefiro ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios. O Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor concede favor e honra; não recusa nenhum bem aos que vivem com integridade. Ó Senhor dos Exércitos, como é feliz aquele que em ti confia! Salmos 84: 9-12

Então, será que podemos replicar este versículo escrito pelo salmista que diz:  mais vale um dia nos átrios do Senhor do que mil em qualquer outro lugar?  Temos que dizer que sim, preferimos isso, não existe nada em qualquer lugar melhor do que estar na Presença do nosso Deus. Sobretudo, preferimos estar à porta da casa do nosso Deus do que habitar nas tendas dos ímpios ou na perversidade, como dizem em outras traduções. Com toda a certeza, um Deus que nos criou para encontrarmos satisfação Nele, este mesmo Senhor é sua proteção e escudo. Com efeito, Ele é aquele que responde suas orações e concede favor e honra. 

Assim sendo, podemos afirmar com toda certeza que somos felizes, pois confiamos Nele. 

Senhor, oramos essa palavra neste dia, preferimos estar contigo a qualquer outra coisa. Somos felizes porque podemos confiar em Ti, passaremos pelos vales de Baca e iremos prosseguir em fé e confiança. Sentiremos saudades e ansiaremos por Ti até estarmos plenamente juntos. Amém 

 

O Livro de Salmos é um dos meus livros Bíblicos preferidos. E, este mês aqui no Blog teremos o privilégio de compartilhar com você um de nossos textos especiais. Dessa forma, vamos falar sobre aquele Salmo que marcou e tem marcado a nossa história com Jesus.

Me lembro que em minha adolescência, nossa classe bíblica decorou o Salmo 139 para uma apresentação teatral. Ainda hoje, me recordo da maior parte daqueles versículos e em momentos difíceis, eles se tornaram como luz em um caminho de trevas.

Sem dúvida, o Livro de Salmos é carregado de poesia, é possível observar o Salmista reconhecendo quem Deus é, e como poderosamente age em favor dos que clamam por Ele. Além disso, é impressionante a forma de expressão dos sentimentos e emoções humanas: angústia, medo, amargura, raiva e até mesmo alegria. Eles são expressos de forma tão honesta pelos seus escritores.

Enfim, são 150 composições poéticas com beleza única.  Suas semelhanças nos possibilitam perceber os gêneros contidos nesses cânticos. Segundo o comentário Bíblico do Estudo de Genebra podemos encontrar seis gêneros. Veja a seguir quais são eles:

Os Gêneros dos Salmos

Hinos de louvor:  Nesses Salmos, Deus é louvado por quem Ele é, e pelos seus poderosos feitos de graça e misericórdia. (Sl 8; 24; 29; 33; 47; 48)

Lamentações (queixas e petições): Nesses textos, os salmistas se revelam de forma intensa, derramando diante de Deus os clamores mais íntimos de seus corações.   Muitas vezes, confessando seus próprios pecados. Mas, também há expressões de confiança e pedido de socorro contra os seus inimigos. (Sl 25, 39; 51; 86; 102; 120)

Salmos de ações de graça:  Entoado após a resposta ao clamor.  Dessa forma, revelam o coração de paz e gratidão dos salmistas. (Sl 18; 66; 107; 118; 138).

Cânticos de confiança (ou fé ou misericórdia):  Geralmente   são curtos e contém uma notável metáfora de confiança. (Sl 23; 121; 131)

Salmos reais:  Este é um tema recorrente que aborda tanto sobre  o Rei Supremo e Senhor Deus, o próprio criador do universo (Sl 24; 47; 95), quanto  metáforas empregadas a Davi como rei humano (20; 21; 45).

Salmos de sabedoria:  – Alguns temas de sabedoria também se destacam neste livro, por exemplo:   o contraste entre o justo e o ímpio descrito no Salmo 1. (Sl 37; 49)

Verdades fundamentais encontrados nos Salmos:

  • Deus é digno de ser louvado;
  • Os justos são protegidos pelo Senhor;
  • Deus abençoa o obediente e julga o rebelde;
  • O Conhecimento de Deus será o fundamento da verdadeira adoração, fruto do relacionamento pessoal com Deus.

Salmo 139 – Deus é Onisciente e Onipotente

Onisciente – que tem saber absoluto, pleno; que tem conhecimento infinito sobre todas as coisas. Onipotente – que pode tudo; que é todo-poderoso; Deus, Altíssimo, Todo-Poderoso

O Salmo 139 é um dos meus Salmos preferidos, pois vem carregado de significado e relevância. Nele, podemos conhecer quem Deus é através de alguns dos atributos destacados por Davi (onisciência e onipotência).

É possível perceber que não importa onde estejamos, Deus sempre estará ali junto a nós. Ele é o nosso refúgio e fortaleza. Não é possível fugir do Senhor, pois Ele nos alcança mesmo quando caímos em um abismo sem fim. Pois, para Deus não há diferença entre trevas e luz, tudo o Senhor pode ver. Antes mesmo das palavras saírem dos nossos lábios, Deus já conhece cada um dos nossos pensamentos. Além disso, Deus não vê tudo sobre nós de um lugar distante e indiferente, mas Ele mesmo nos criou pensando em cada detalhe. O Senhor conhece nossa história, nosso passado e  futuro. O Salmista Davi expressa de forma tão bela:

“Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te forma encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles havia ainda.” Salmos 139.13-16

No Livro de Salmos, o capítulo 139 é organizado em quatro partes:

Na primeira parte do capítulo 139, o salmista fala sobre a onisciência de Deus. (Salmo 139.1-6)

Na segunda parte o salmista fala sobre a onipresença de Deus. (Salmo 139.7-12)

Na terceira parte o salmista fala sobre a onipotência de Deus. (Salmo 139.13-18)

Na quarta parte o salmista fala sobre a santidade de Deus.  (Salmo 139.18-24)

Cristo é revelado no Livro de Salmos

Quando lemos ou cantamos os Salmos, encontramos a revelação de Cristo, seu sofrimento vindouro e sua glória como Rei dos reis. Os Salmos podem ser derramados como nossas próprias orações. Sendo assim, eles nos dão linguagem para expressar as nossas emoções a Deus.

O Salmo 139 revela o poder de Deus e  também  o seu cuidado conosco. Já parou para pensar que não precisamos nos sentir solitários porque Deus está conosco em qualquer lugar onde estivermos? E Ele, não é um vigilante controlador que nos persegue com opressão. Mas, é o nosso Rei libertador e nós não precisamos nos esconder e nem fugir de sua presença.

Afinal, se há algo que podemos aprender com esses cânticos é que nossas orações podem ser honestas e simples, independente do que estejamos sentindo. Afinal, o Senhor já nos conhece tão bem. Então, comece a escrever seus próprios Salmos. Tome como referência os seus salmos preferidos e  cante a Ele os seus próprios versos. 

E não se esqueça de nos contar como foi essa experiência para você.

Hoje te convido a meditarmos em Salmos 46, que nos lembra que Deus é nosso refúgio e fortaleza. Salmos são cânticos e orações dirigidos a Deus, que expressam verdades sobre Deus. E nos ajudam a nos expressarmos diante dele. Esse Salmo é um cântico dos filhos de Coré, adaptado para Alamote, ou seja, era tocado com instrumentos sopranos ou agudos. Provavelmente com a intenção de ser sempre lembrada já que suas melodias eram harmoniosas aos ouvidos.

Dessa forma, sempre que lemos na Bíblia a palavra Selá ou em algumas traduções a palavra interlúdio, isso quer nos dizer que há uma pausa.  Devido às três pausas sabemos que esse Salmo possui três versos. 

Os Atributos de Deus

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto, não temeremos, ainda que à terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá.) “Salmos 46:1-3

Desse modo, dos versículos um a três, o salmista começa falando sobre quem Deus é para nós. E perceba, ele vai falar sobre atributos de Deus antes mesmo de descrever os problemas que nós tememos. O salmista declara que Deus é nosso refúgio e fortaleza. Ele está disponível e presente em qualquer situação. 

Aliás, o autor não está negando as dificuldades e realidade das angústias da vida. Como vemos no versículo seguinte, ele vai falar dos montes, representando os fundamentos da vida, falando que Deus é muito mais estável que os montes ou fundamentos mais estáveis da vida.

Na literatura dos hebreus, nada é mais imóvel que os montes. Veja bem a importância da compreensão dos atributos divinos. Para os israelitas que enfrentavam ameaças de exércitos estrangeiros continuamente, essa é uma declaração bem ousada.

Deus está acima das circunstâncias

Por conseguinte, ele vai falar do mar que para os hebreus, era algo temível por eles.  O mar representava o mal e  retrata os mistérios incompreendidos, na visão antiga.  Então de novo, o salmista não está negando a presença do mal, das dificuldades, mas ele está dizendo que mesmo que o mal esteja presente no mundo, Deus é a nossa segurança.  Ele usa até um extremo, veja: “ainda que à terra se mude”, para isso acontecer, catástrofes precisam acontecer, certo? Mas o salmista afirma: “não temeremos”. De fato, nossos esforços e certezas que construímos no caminhar de nossas vidas não são nada, nossa segurança está em Deus. Deus está acima de todas as circunstâncias. Deus é nosso refúgio e fortaleza.

O profeta Jeremias já havia demonstrado ser Deus quem controla até mesmo o mar, ou seja, os males mais temíveis pelos homens. Devemos temer apenas a Deus. “Acaso vocês não me temem?”, pergunta o Senhor. “Não tremem diante da minha presença? Porque fui eu que fiz da areia um limite para o mar, um decreto eterno que ele não pode ultrapassar. Ainda que as ondas se levantem, não poderão prevalecer, ainda que rujam, não poderão ultrapassá-lo.” (Jeremias 5:22).

Deus é nosso verdadeiro refúgio e fortaleza

“Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã.Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e à terra se derreteu. “Salmos 46:4-6

Os versos seguintes nos enchem de esperança. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus. O que é essa cidade de Deus? Aqui é uma referência à amada Jerusalém dos judeus. Nesse contexto, eles estavam sob ataques. Mas Deus está no meio dela. 

Podemos dizer que há uma invasão da ordem em meio ao caos. O que é essa invasão? É a presença de Deus colocando as coisas no lugar onde elas deveriam estar. Remetendo-nos tanto ao Gênesis, mas também nos levando ao que esperamos no futuro. Uma nova criação. Perceba, Jerusalém era bem fortificada, mas o Salmista coloca sua segurança em Deus, nosso verdadeiro refúgio e fortaleza.

Deus reina absoluto por isso é nosso refúgio

Enquanto o homem semeou o caos, Deus reina absoluto e onde Ele reina há paz. O verso cinco nos mostra que ali o homem não reina.” Não será abalada”. A presença de Deus santifica tudo. Os reinos se abalam, ou seja, nós mudamos por isso há desordem e caos e consequentemente não há segurança no governo humano. Mas a morada do Altíssimo está no meio dela e não será abalada. Quando confiamos em Deus e Ele se torna nosso Senhor, não temos razão para nos abalar. O Senhor dos exércitos está conosco.

As nações se agitam e se enfurecem o que é isso? Quer dizer justamente essa falta de segurança. Mas Deus coloca a sua voz  e levanta-a  não no sentido de gritar, pois, não precisa disso. Quando Deus dá a sua voz, a terra se dissolve, pois, se dão conta que eles jamais serão deuses. Somente Deus é o Senhor, pois Ele coloca ordem ao caos. Nenhum ser humano pode trazer essa ordem. Deus é nosso refúgio justamente porque os governos do mundo não nos dão segurança nenhuma.

Quem é o único e verdadeiro Deus?

Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra! Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre à terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)” Salmos 46:8-11

Por fim, os últimos versículos do último verso, o salmista vai nos convidar a vir e contemplar as obras do Senhor. Fiquem assombrados ao olhar para a história e tragam à memória aquilo que Deus fez. Venham, pois, vocês já viram que não há sentido fora de Deus. Aqui o contexto é de pós-guerra. Os destroços, corpos espalhados e ruínas ou, como diz o versículo: “que devastações fez na terra”.

Ou seja, não são nossas tentativas e  esforços que vão nos trazer segurança. Mas somente no Senhor. Aquietai-vos, Ele diz, acabem com as guerras. Parem! Vocês falharam. Aquietai-vos em hebraico significa: “prostrar-se, deixar cair”. Vocês tentaram de várias formas, mas agora admitam suas fraquezas e o caos que vocês fizeram. O salmista diz: admitam que vocês precisam de Deus. Reconheçam sua fraqueza espiritual. Vejam as catástrofes, o caos. Felizes os que reconhecem suas fraquezas espirituais

“E sabei que eu Sou Deus”. Após admitirmos nossas fraquezas, vêm o conhecimento de Deus. Ou melhor, o reconhecimento de Deus. Quem é o único e verdadeiro Deus? Precisamos reconhecer que só Ele é Deus.

A Quem pertence o poder? 

Como resultado, reconhecemos também que o poder o pertence. Ele domina sobre toda à terra.  Nossas tentativas de nos defendermos só pioram as coisas. Em resposta a nossa fraqueza pessoal, Deus nos diz para nos aquietarmos e reconhecermos que Ele é Deus. Então, elevamos o nome de Deus, porque admitimos que somos fracos e reconhecemos que Ele é Deus e assim,  exaltamos o seu nome. Deus é nosso refúgio e fortaleza.

Chegamos ao fim de mais um ano. Não um ano qualquer, pois com certeza ele ficará em nossa memória. Talvez por perder pessoas queridas e amadas por nós, por precisar lidar com luto, com a frustração e o medo. E agora, você pode estar se perguntando: como prosseguir para 2021? Será que o próximo ano não vai ser uma continuação de 2020? O que espera por nós? 

Definitivamente não é possível nos apoiarmos em circunstâncias tão instáveis. Mas, hoje eu quero te ajudar a trazer à memória algumas verdades que têm consolado meu coração nesse último mês do ano. Não são verdades apoiadas em pensamentos humanos, em auto ajuda. Quero te relembrar sobre as verdades da Palavra de Deus, a respeito de esperança, fé e coragem.


Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que pode me dar esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis.” Lamentações 3:19-22

 

Olhando para a história 

Analisando o contexto histórico do texto de lamentações vemos que o livro foi escrito pelo profeta Jeremias. E ao longo dele, o foco central é descrever o sofrimento que sobreveio a Jerusalém, após os exércitos de Nabucodonosor, da Babilônia, invadirem a cidade, em 586 a.C. 

Jerusalém foi devastada e levada a completa ruína. 

Além disso, Jeremias, já  havia profetizado durante muito tempo o que haveria de acontecer, caso o povo não se arrependesse e voltasse aos caminhos do Senhor. Porém, o povo não ouviu e tampouco abandonou a rebeldia. Tanto o rei Zedequias como seus filhos, seus homens de confiança, o sumo sacerdote e os líderes da cidade foram levados para o cativeiro. 

E, agora? Como estava o coração do profeta? Ele havia avisado e falado tanto para o povo de Deus se arrepender. Porém, Jeremias foi movido por grande compaixão e, então, o que lemos no livro de Lamentações é a sua profunda agonia e tristeza diante da destruição de Jerusalém. Além disso, lemos a respeito do seu clamor ao Senhor, para que Ele não rejeite seu povo para sempre e volte seus olhos para ele. 

 

O Clamor de Jeremias 

Há algo interessante quando analisamos o capítulo 3 de Lamentações. Ele começa em tom de profundo lamento:

“Eu sou o homem que viu a aflição trazida pela vara da sua ira. (…) Fez que a minha pele e a minha carne envelhecessem e quebrou os meus ossos. Ele me sitiou e me cercou de amargura e de pesar.” Lm 3:1,4-5 

Mas, ao longo do capítulo vemos uma mudança de narrativa, chegando no ápice, no verso 21: “Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança” Lamentações 3:21

É sobre esse trecho que gostaria de me ater por um momento. Mesmo diante das adversidades que o povo de Jerusalém estava vivendo, mesmo com a ruína e destruição, o profeta tem fé. Em uma postura diante do Senhor, ele diz que quer lembrar o seu coração aquilo que pode dar esperança. 

Como vemos e estudamos na Palavra de Deus, o povo de Israel carrega muitas promessas do Senhor. Mesmo com todas as manifestações da graça de Deus, os livramentos que eles tiveram no Egito, e tudo que a história nos relata durante as gerações, isso não foi suficiente para que eles se mantivessem firmes no Senhor. 

E agora eles se encontram em ruína e no cativeiro. Como prosseguir diante dessa realidade? Jeremias entende e nos ensina nesse momento do versículo (Lm 3:21) uma importante lição sobre esperança e como podemos lidar com as adversidades a nossa volta. 

O profeta se lembra de trazer à memória o coração de Deus, quem Ele é, seus atributos imutáveis. 

Olhando para o Senhor

 

Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!  Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança.  O Senhor é bom para com aqueles cuja esperança está nele, para com aqueles que o buscam; é bom esperar tranqüilo pela salvação do Senhor. “ Lamentações 3:21-26

Jeremias entende que ele precisa lembrar ao seu coração, não sobre as coisas do passado, mas lembrar sobre as que estão adiante e sobre quem o Senhor é. Ao longo dos versos (21-26), vemos os atributos de Deus serem descritos: sua misericórdia, compaixão, fidelidade, bondade e salvação. 

Lembrar e informar a sua mente sobre quem o Senhor é, foi o segredo de Jeremias. Isso que trouxe esperança. Lembrar sobre o caráter imutável de Deus, a sua soberania e misericórdia, traz descanso, consolo e paz ao coração. 

Deus é totalmente digno de confiança, pois ele não pode negar a si mesmo e sua natureza. É por isso que podemos nos apegar nesta rocha eterna, que não muda diante das imprevisibilidades da vida e do nosso coração frágil e instável.

O Deus que intervém na história

Depois, ao lermos a história do povo de Israel, vemos que o Senhor se voltou para o Seu povo. E declarou diversas promessas sobre restauração, livramento e cura para eles.

Pois, o Senhor, sempre se mantém no controle diante do caos. E provê um escape para o seu povo. Ele é especialista em reverter o mal em bênção. Porque Ele é rico em bondade e misericórdia. 

 

Trazer à memoria: a nossa verdadeira Esperança

Quanto a nós? Esse deve ser o nosso segredo também, devemos aprender com o profeta Jeremias. E lembrar de voltar o nosso coração e mente para quem é o Senhor, sua natureza infalível. 

Nós somos um povo que carrega promessas. A confiança de que o Senhor voltará para reinar na Terra. Ele irá  governar com justiça e retidão. O Rei enxugará todas as nossas lágrimas e vai restaurar todas as coisas (Ap.21:4). Ele encherá o nosso coração de completude e seremos plenos diante Dele. 

A nossa viva Esperança para os dias que estamos vivendo é o próprio Jesus. 

É estabelecermos nossas raízes no que Sua Palavra nos diz e relembrarmos todos os dias dela.

 

Olhos confiantes em 2021 

Nós podemos caminhar para o próximo ano, pois sabemos quem é o nosso pastor. Faça o exercício, e volte os seus olhos para Ele, hoje mesmo. Relembre sobre a fidelidade, bondade e paz do Senhor. 

Tenha expectativas em seu coração, pois você sabe o final dessa história: o Rei voltará em breve!

 

“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz. “2 Pedro 3:13,14

 

Maranata, Ora Vem! 

Como lemos na primeira parte do estudo e você pode saber mais clicando aqui, compreendemos o começo do Salmos 2 e o seu contexto histórico.

Agora, nessa segunda parte, veremos os dois últimos atos desse Salmos: Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião; Proclamação do decreto e concessão de domínio e Admoestação aos reis hostis.

Esperamos que esse estudo possa falar ao seu coração!

 

“Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.
Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor.
Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.” Salmos 2:7-12

 

Proclamação do decreto e concessão de domínio

No terceiro ato de Salmos 2, o texto nos mostra o Senhor proclamando, tornando público seu decreto solene a autoritativo referente ao pacto davídico, concedendo ao Filho o domínio das nações estrangeiras.

No seu anúncio, Deus reforça que o rei davídico é um filho por um anúncio de nascimento, que simboliza a posse ou a coroação do rei Ungido, o que contemplava também o entendimento do Antigo Oriente de que os reis são filhos dos deuses.

Deus então declara que gerou e estabeleceu seu Filho como rei e assim é o único que tem o direito receber a sua possessão – neste caso, a criação – como herança.

Interessantemente, aqui a herança está em dependência do pedido por ela, ou seja, Deus ordena ao rei Ungido que peça por sua herança, indicando a importância da oração para o cumprimento da promessa.

Como consequência deste relacionamento e da filiação do rei com Deus, o Criador sujeita todos os povos à autoridade de seu filho. Já que, na cultura do Oriente Antigo e também no Antigo Testamento, o senhorio estava intimamente associado à filiação. Sendo assim, o reinado de Davi anuncia a promessa do rei escatológico que seria esperado através da sua descendência e que se estabeleceria para sempre na pessoa de Jesus Cristo.

O Reinado do Filho de Deus

O tempo determinado na frase do verso 7 como “hoje” remete ao presente, já que na eternidade, onde o Senhor habita, não há passado, porque aquilo que é eterno existe sempre.

Por isso, a autêntica fé prega a geração eterna do poder e da sabedoria de Deus, que é o Filho unigênito.

Na eternidade o domínio do Filho já é completo, pois o decreto de Deus é irrevogável. Mas no tempo kronos, o reino foi inaugurado pelo Filho que trouxe redenção por meio da obra da cruz, morreu, ressuscitou, e irá retornar para a consumação dos tempos, onde Ele destruirá todo mal e estabelecerá seu Reino.

Vivemos hoje na realidade de um reino que já foi inaugurado com a primeira vinda do Filho. Mas que será plenamente consumado na sua segunda vinda, quando haverá o estabelecimento literal do reinado do Filho de Deus na terra em Sião. Em que todos os reis da terra, todos povos, tribos, e nações se prostrarão à Ele e então teremos o cumprimento do Salmo 2 de forma completa.

No clímax do seu decreto, Deus proclama seu mandato para despedaçar – como vasos de barro – os rebeldes. Fazendo um paralelo com a prática egípcia, de formalmente amaldiçoar pessoas e cidades em um ritual, que envolvia escrever o nome da pessoa ou da cidade na imagem de um vaso de barro ou cerâmica. E depois que a maldição era pronunciada, o vaso era despedaçado. Desta forma o Senhor ilustra como será o Dia do Juízo.

Admoestação aos reis hostis.

No último ato de Salmos 2, o autor do Salmo usa sua voz para falar às nações.  E apesar do tom ameaçador, Davi faz a sua advertência com uma grande medida de graça, pois estende a salvação de Deus para além dos limites do povo do pacto. Ou seja, para os gentios, e faz o mesmo estendendo a Palavra de Deus para todas as nações.

Davi pede prudência aos reis da terra, e aconselha que eles sirvam ao Senhor.  O  verbo “servir” no original hebraico tem o mesmo sentido de adorar, reconhecendo a Deus como Senhor de toda existência. Além disso, servir com temor, ou seja, sendo fiel à Ele como Deus da aliança, e exultem nele com tremor, ou seja, com reverência e respeito.

Ao aconselhar que os governantes beijem o filho, ele simboliza a submissão do povo e reverência ao rei. De fato, no Antigo Oriente, os reis vassalos – aqui representados pelos “reis da terra” – beijavam a terra antes de beijarem os pés do suserano em sinal de submissão.

Para Lutero:

“a verdadeira adoração a deus é beijar o Filho, ou seja, adorá-lo de forma que você não contempla nada no céu e na terra à parte dele, e não crê em nada mais que ele”.

 

Concluindo

Os reis pagãos assaltam a santidade de Deus ao se rebelarem contra seu reinado justo e sua propriedade santa (seu filho), desonrando sua pessoa e assim incitando sua ira e justiça. O perverso e o ímpio não têm temor de Deus porque desprezam a sua ira contra eles.

O verbo “acender/inflamar” sugere que a ira divina será manifestada com o fogo. Ele eliminará todo orgulho da terra, e que acontecerá na consumação no Dia do Senhor.

Davi então conclui seu discurso oferecendo a salvação de Deus para todos os que buscam refúgio no Deus de Israel, pois se de Deus vem a destruição, dEle também vem a salvação.

A liturgia de coroação que é ricamente descrita neste Salmo se encerra com a misericórdia de Deus superando a sua ira.

 

Neste estudo bíblico, vamos abordar o contexto histórico e compreender exatamente o que significa o texto de Salmos 2. Podemos dividi-lo em quatro partes para melhor compreensão de todo o texto.

Nesse estudo veremos as primeiras partes do salmos 2: A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido; Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião;

Esperamos que esse estudo bíblico possa edificar a sua vida

 

O livro de Salmos faz parte da literatura sapiencial, ou seja, são livros de sabedoria, e também são caracterizados como poéticos, em função de sua estrutura literária.  Todo livro ou texto de sabedoria tem como propósito o ensino e a instrução a um povo. E especificamente para o povo judeu, a sabedoria era expressa na habilidade de viver, aplicando os poderes de observação, as capacidades do intelecto humano, as experiências e o conhecimento ao cotidiano. Ou seja, explora o mais profundo da experiência humana de uma forma muito pessoal e prática.

Neste sentido, os Salmos foram escritos para serem entoados com o acompanhamento de instrumentos de corda. E serviram como hinário do templo e guia devocional para o povo judeu – foram a grande escola de oração que levou o povo à adoração. A história de Israel foi moldada pelos livros de sabedoria e sustentou o povo no seu relacionamento com Deus.

Contexto histórico de Salmos 2

A canção SALMOS 2 tem como pano de fundo, como o nome já indica, o texto de Salmos 2, ou Salmo segundo como foi identificado em At 13:33 e sua autoria foi atribuída à Davi.

Muitos estudiosos afirmam que o Salmo 2 é uma continuação do Salmo 1, e que originalmente formavam uma única referência, mas foram separados na Septuaginta (tradução da Bíblia Hebraica para o grego). Este Salmo é uma requintada peça artística que retrata de forma riquíssima uma das maiores promessas que YHWH fez ao seu povo, a aliança davídica, por meio da qual o Senhor estabeleceria eternamente o trono de Israel para a descendência de Davi (2Sm7).

Este Salmo possui 4 grandes atos: A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido; Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião; Proclamação do decreto e concessão de domínio e Admoestação aos reis hostis.

A conspiração de reis hostis que querem derrubar o reino de Deus e seu rei Ungido

Salmos 2 inicia diretamente no tema que quer abordar e o Por que inicial define o tom desta abordagem – o espanto e a indignação diante da estupidez daqueles que conspiram contra a própria extinção.

Na primeira parte desse texto o salmista expõe a história que começa com os reis que se opõem ao Rei escolhido, ao Ungido de Deus, e tramam contra seu reinado.

No Antigo Oriente, reis geralmente se revoltavam com a coroação de um novo governante estrangeiro, e por vezes declaravam guerra a ele, e este era o intento das “nações” e “povos” representados pelos “reis da terra” e seus “governantes”.

Assim, o mundo inteiro, sem exceção, opõe-se ao reinado de YHWH e seu rei. Ora, quem se rebela contra o rei instituído por Deus, rebela-se também contra Deus (Rm 13.2).

O rei Ungido

Cabe lembrar que na época, o rei era uma representação divina. Nos salmos o termo Ungido designa os herdeiros do trono de Davi, descendência real instituída por Deus, raiz da qual surgiu Jesus Cristo.

Entretanto, a conspiração maliciosa dos governantes e povos não passa de uma revolta fútil, sem a menor chance de êxito, pois por trás do rei de Israel está o trono do céu, e o Deus Todo Poderoso.

Esta parte do Salmos 2 também é um prelúdio ao Calvário, conforme o texto bíblico:

“que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram”. At 4.25-28

A tentativa de frustrar o propósito divino de salvar o seu povo e exaltar o seu Ungido, arquitetada pelos reis e governantes, aos seus olhos foi bem sucedida. Porém, Deus mostra que Seu plano é perfeito e que Ele é Soberano, transformando o intento dos hostis mera futilidade.

 

Deus resolve estabelecer seu rei no Monte Sião

 Ao perceber o desafio insensato e despropositado à autoridade divina, Deus não brinca com os governantes do mundo. Mas fala de modo irado devido à guerra que travam contra o seu justo reinado e seu sagrado rei.

O segundo ato de Salmos 2 começa com o Senhor entronizado nos céus e termina com seu rei Ungido no “meu monte santo”, representando a transcendência de Deus sobre toda a terra e a sua imanência na pessoa do rei Ungido que estende o Seu domínio sobre toda a terra.

O Senhor zomba daqueles que acreditam que podem intentar contra ele expressando seu desprezo e ira contra eles. Ao mesmo tempo em que enfrenta a oposição mundial ao seu império, declarando soberanamente que Ele estabelece o seu rei na cidade que Ele escolheu, – o  Senhor elegeu o rei davídico e escolheu Sião como a cidade real. A partir do momento em que Davi conquista a cidade de Jerusalém, habita nela e traz consigo a arca da aliança, local em que, anos depois, também seria construído o templo.

Continua na parte 2.

Ficou interessado em compreender as outras duas partes do Salmos 2? Fique atento no próximo texto.

Para dar início a esta conversa é preciso saber que Igreja, ou ekklesia, é descrita na Bíblia de duas formas: Uma em seu aspecto universal, destacando sua unidade, ou seja, refere-se a toda a igreja de Cristo na Terra. A outra, no sentido de sua pluralidade nas comunidades locais. “igrejas” nesse caso são os muitos grupos de pessoas reunidas em diferentes localidades ao redor do mundo. Ambas as descrições, se referem a pessoas e não a templos ou prédios.

Infelizmente, antes de definirmos o que é ser parte do corpo de Cristo, precisamos desconstruir algumas ideias erradas sobre a Igreja nos dias atuais.

Muitas pessoas enxergam a igreja de uma forma completamente distorcida e totalmente distante da sua realidade bíblica. Por exemplo, a igreja não é um lugar de entretenimento e consumo, onde cada um escolhe aquilo que pensa ser melhor para si e procura ser beneficiado, como muitos pensam. Esta é uma imagem distorcida resultante do individualismo, fruto da cultura em que vivemos, e que vê a igreja como um meio para o seu próprio benefício.

A igreja não é um lugar para frequentarmos, mas um corpo para, caminharmos juntos, pertencermos e nos entregarmos em amor à Cristo e uns para com os outros.

Cristo é o cabeça de todas as coisas para a Igreja, que é o seu corpo

E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,
Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. Efésios 1:22,23

Dessa forma, a igreja não é um fim para nós mesmos, mas existe primariamente para a glória de Cristo. Como igreja, nós seguimos Cristo, caminhamos em unidade com Ele, uns com os outros e vivemos conforme a Sua vontade.

No livro Discipulado, Dietrich Bonhoeffer diz que “o corpo de Cristo é a continuação da presença física de Jesus na terra, porque o próprio Cristo se move por meio dela”. Isso significa que o ministério da Igreja na história é tão relevante quanto os três anos em que Jesus viveu seu ministério na Terra.

O Senhor escolhe uma diversidade de pessoas, cada uma com suas falhas e dificuldades, mas que caminham em unidade e é por meio desta Igreja que Jesus escolheu se fazer presente e agir na Terra.

O Senhor revela a Sua glória e a Sua vontade por meio do corpo 

Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus. Efésios 3:10

Em sua sabedoria, Ele mesmo estipulou que fosse assim para que o seu poder fosse conhecido. Nós somos chamados à comunhão. O desejo de Jesus é que vivamos a unidade no corpo, para que o mundo saiba que Deus O enviou. Viver em comunhão com o corpo testemunha para o mundo sobre quem Jesus é (João 17:23). Portanto, se alguém afirma que a igreja não é boa ou necessária, está indo contra algo estabelecido pelo próprio Deus.

É pela graça de Deus que somos chamados a viver essa comunhão em comunidades imperfeitas. Comunidades formadas pessoas com defeitos não tira a responsabilidade de sermos igreja, e nem deve ser uma desculpa para não nos envolvermos; pelo contrário, é motivador que um grupo de pessoas cheias de falhas tenha a oportunidade de servir a Deus e uns aos outros. Se a igreja fosse formada por “pessoas perfeitas”, nenhum de nós teríamos espaço nela.

A responsabilidade de edificar o corpo não é somente dos líderes

Estes devem equipar e ensinar os santos, mas a edificação do corpo é responsabilidade de todos (Efésios 4:1-13). Cada pessoa possui um dom e propósito específicos, não havendo um dom melhor que o outro. Todos os membros do corpo têm responsabilidades uns para com os outros e com o Senhor e são importantes para que o corpo viva de forma saudável.

A pergunta que fica para nós aqui é a seguinte: como viver de uma forma que edifique o corpo? A respostas é, sendo humildes e pacientes, apoiando e servindo uns aos outros em amor. À medida que isso é feito, é gerada unidade. Servir o corpo tem um custo. Isso pode exigir recursos, tempo, que compartilhemos o que temos, até mesmo gerar cicatrizes em nós. Fazer parte do corpo exige morrer para nós mesmos. Mas este custo tem uma recompensa.

Experimentamos as recompensas do corpo nos dias de hoje, a medida que somos encorajados uns pelos outros, nos ajudamos nas necessidades e nos amamos como família. Porém, lembre-se que existe uma recompensa eterna. Um dia, os santos serão glorificados e se unirão a Cristo, por toda a eternidade.

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros,
mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos,
quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.
O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. 1 Coríntios 12:12-14

Quando cito a Igreja aqui, são os cristãos em todas as épocas e lugares da terra, chamados à salvação para adorar o Redentor. Esse é o objetivo final de toda a Igreja ao redor dos quatro cantos da terra.

Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. Romanos 12.1

Em Apocalipse 21, vemos a imagem da Igreja gloriosa que estará com o Senhor para sempre. O tabernáculo de Deus estará entre os homens, ou seja, o próprio Deus habitará em nosso meio. Hoje, somos chamados a viver um estilo de vida de adoração, como acontece no céu, pois assim viveremos por toda a eternidade.

Sobre a adoração na Igreja

A adoração é um dos costumes eclesiásticos mais importantes que vemos na construção e no estabelecimento da Igreja. Na época da Reforma Protestante, os hinos atuavam como veículos de propagação do Evangelho. Martinho Lutero deu a centralidade ao ensino da Palavra, mas valorizou a adoração em forma de música como ferramenta de instrução e edificação da Igreja. Nós somos, por definição, os verdadeiros adoradores que o Pai busca.

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. João 4:23,24

Nossas emoções são parte da nossa adoração, mas elas por si só não são suficientes; elas precisam estar conectadas e em concordância com a Verdade que liberta e transforma. O sacrifício de Cristo demanda uma resposta de adoração diária dos nossos corações. Podemos adorar tendo os olhos espirituais abertos, mas precisamos estar conectados com a Palavra diariamente (Cl 3:16).

Nossa responsabilidade é oferecer sacrifícios espirituais a Deus, pois somos sacerdócio real (1 Pe 2:9). O sacrifício de louvor de nossos lábios é o ponto alto de nossos sacrifícios espirituais.

A postura do coração adorador

Paulo chama a atenção para a postura de coração esperada de todo aquele que está em Cristo: apresentar-se como sacrifício vivo, santo e agradável a Ele (Rm 12:1), por causa das Suas eternas misericórdias.

Deus chama o ajuntamento dos santos de ekklesia. Toda vez que Deus chamava o povo para se reunir para orar e adorar, ali estava a ekklesia. Portanto, não há como ser Igreja separados, assim como não há como a adoração corporativa acontecer por meios virtuais. As transmissões são ferramentas para que o povo receba a Palavra, mas não substituem o ajuntamento dos santos.

A aliança que temos em Cristo faz com que possamos nos achegar ao trono da graça e isso não fazemos de forma individual, mas em família (Hb 10:22-23). Existe poder na confissão dos santos reunidos.

Como estimular uns aos outros a amar e fazer boas ações?

Encorajando uns aos outros, por meio da adoração. A adoração do nosso irmão pode servir de ânimo e força, apontando para Aquele que nos dá esperança.

Qual a importância da música para o culto? A música é essencialmente a única coisa que fazemos juntos coletivamente e que faz sentido. Quando cantamos, nos unimos em um só coração e um só espírito, entoamos em uma só voz as verdades sobre quem Deus é. Porém, a música por si só não é adoração, mas ela é o veículo pelo qual nós adoramos a Deus. A adoração vem de um coração que experimentou as infinitas misericórdias do Senhor, e aquilo que flui de cada coração é único.

A ekklesia que adora usa a música como veículo corporativo para que sacrifícios de adoração fluam para o Senhor. Essa adoração tem um efeito vertical, que é tocar o coração de Deus, e horizontal, que é fortalecer a Igreja, o corpo de Cristo.

Leia mais textos sobre ekklesia clicando aqui.

Ao observar as Escrituras é possível ver uma construção do início ao fim. A Bíblia não é algo solta, mas está toda conectada. Ao estudá-la, você começa a entender muitas coisas. Assim, a Igreja nos últimos dias precisa estar atenta aos sinais que ela deixou. Músicos e cantores precisam comunicar a promessa da volta de Jesus, a canção dos últimos dias. 

Canções a respeito de quem Deus é

Líderes de adoração estão sendo levantados no Brasil a partir de um lugar de estudo da Palavra com canções que vão ensinar a nação a respeito de quem Deus é. A adoração não tem a ver com quem está cantando, mas a centralidade da Palavra que é o próprio filho seja glorificado. As canções no Brasil vão ser cada vez menos centralizadas em nós para serem mais centralizadas em Deus. 

Uma das coisas principais que vão acontecer e já estão acontecendo no Brasil é que através de cantar as revelações da Palavra, uma noiva madura começa a nascer. Uma Igreja madura que conhece o seu Deus, uma igreja que conhece não só por experiência de outros, mas por experiência própria, uma noiva que entende o valor de meditar nas Escrituras, de cantar as escrituras, orar e valorizar as palavras de Deus.

Existe uma canção que só o povo brasileiro vai poder liberar ao Senhor e para que essa canção seja algo aceitável ao Senhor, tem que estar de acordo com o padrão que Ele mesmo estabeleceu, que é a sua própria Palavra, então o resultado principal é que uma noiva madura vai nascer. Uma noiva que está enraizada, fundamentada, alicerçada nas Escrituras.

Deus está levantando vozes proféticas

Deus não quer apenas eco. Ele quer uma voz profética que vai cantar a partir de um lugar de entendimento das Escrituras de quem Deus é. O apóstolo Paulo ora para que sejamos cheios de um espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento de Cristo e isso vai vir através do estudo das Escrituras. Você será uma voz nessa geração quando cultivar este lugar de estudo da palavra e de intimidade com o Senhor no lugar secreto. 

Então, ao olhar para o estado da nossa nação hoje é possível ver que Deus não está mais levantando um homem de Deus, uma mulher de Deus, aquela uma pessoa que canta profeticamente. Ele está levantando o corpo de Cristo. 

Sem dúvidas algumas canções não vão chegar em uma plataforma digital e ser ouvida por milhares de pessoas. Mas isso não deve ser o alvo. Porém, o alvo deve ser glorificar a Jesus com aquilo que Ele deu, que é a voz, que é a criatividade. Que é devolver para Ele tudo que veio dEle, então não é diferente nas canções. É preciso compor para simplesmente agradar a Deus e Ele estará sendo glorificado em nós. 

Compondo a partir de um lugar de satisfação

Se você compor deste lugar de estar satisfeito em Deus, de querer expressar sua satisfação em Deus, Ele será glorificado na sua vida e é isso que importa. No final do dia é isso que Ele quer. Ele quer receber toda glória nas suas composições e se você compor com esta intenção de glorificar a Deus o resto Ele vai fazer. Se Ele quiser levar uma canção a ser conhecida nas nações da Terra, amém. Mas se Ele não quiser também a prioridade deve estar em glorificar o pai com cada uma das canções.

A canção dos últimos dias

Um encorajamento: estude a bíblia enquanto há tempo, enquanto o fim ainda não chegou. Memorize as Escrituras, faça dela as canções do seu coração, seja no carro, lavando a louça, enquanto faz uma caminhada ou cuida dos seus filhos. Faça da Palavra sua âncora e isso vai ser o que vai sustenta-lo(a) nos últimos dias. Não só como cantores e músicos, mas como corpo de Cristo, que por meio de teologia cantada edifica a si mesmo, esperando pela volta de Jesus.

Leia mais sobre o som da Casa de Oração clicando aqui.

Um coração satisfeito em Deus é abundante na obra do Senhor. Aquele que possui esse coração trabalha sem se cansar, sendo firme e constante.

“Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: “A morte foi destruída pela vitória”. “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” 1 Coríntios 15:54-58

Todo aquele que pertence à família de Cristo é chamado para colocar a mão no arado. Sendo assim, devemos nos doar abundantemente para a Sua obra. O Senhor nos garante que o tempo empregado para trabalhar na Sua obra não é em vão.

Através do ensino da doutrina da ressurreição (a ressurreição de Cristo, a ressurreição dos santos e o corpo glorificado que haveriam de receber), Paulo lembrava constantemente a Igreja de que deveriam viver o presente tendo o entendimento e a esperança do dia que estava por vir – o dia da nossa glorificação.

Assim, aquele que reconhece Cristo como Senhor e crê em Sua morte e ressurreição, possui a promessa da restauração de todas as coisas. A promessa do dia em que não haverá mais lágrimas ou dor. Graças a Deus pela vitória que foi concedida por meio de Jesus Cristo.

No texto, temos quatro pontos que nos orientam a ser uma Igreja firme, constante e abundante na
obra do Senhor:

1. A grande transformação

Estamos sujeitos a feridas físicas e emocionais; somos reféns do cansaço, da tristeza, da frustração, das dores e tudo o mais que tenta nos desanimar e tirar o nosso foco.

Portanto, é necessário se ater à Palavra de Deus a fim de lutar constantemente contra tais coisas, até que chegue o grande dia em que será glorificado com Cristo e não mais sentirá os sintomas e efeitos da morte e do pecado.

Jesus sabia que era necessário vigiar e orar, meditando no caminho a ser seguido até chegar à esperança gloriosa que o aguardava do outro lado da cruz. Assim, também nós devemos fazer para nos sustentarmos e nos fortalecermos.

2. O grande triunfo

Devemos colocar nossos olhos na grande vitória prometida por Cristo; viver essa antecipação é algo tão glorioso quando aquele dia vindouro. Vivendo sob essa perspectiva, temos a chave que nos ajudará a permanecer firmes, sem sermos entregues aos sintomas da morte e do pecado.

3. A grande gratidão

Cristo já nos deu a vitória sobre a morte. Assim como Paulo, devemos caminhar tendo o coração grato. Podemos esperar e viver em gratidão para, assim, vencermos os inimigos de nossa alma – a Lei, o pecado e a morte.

4. O grande “portanto”

Visto que se vive em luz da ressurreição, creia que tudo o que fizer na obra do Senhor será recompensado. Assim, você é convidado a viver em antecipação àquele grande Dia. Por isso, seja firme, constante e abundante na obra do Senhor.

Somos firmes quando as circunstâncias da vida não nos param e continuamos tendo as mãos no arado;

Constantes quando seguimos em frente, sem distrações, vivendo a maturidade da fé;

Abundantes quando nos doamos além dos nossos limites para trabalhar na obra do Senhor.

Assim devemos viver, comprometidos com Sua obra e fazendo o Seu nome conhecido.