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Quatro características de um discípulo de Jesus

ide

Fazer discípulo é um privilégio para todos os seguidores de Jesus. Não é apenas uma tarefa para um tipo especial de cristão ou alguém mais dotado teologicamente, mas temos a oportunidade de participar da Grande Comissão. 

O nível de intimidade dos discípulos com Jesus era mais profundo do que o relacionamento nutrido com a multidão. Pois, os discípulos permaneciam próximos e eram ativamente participantes da vida do Senhor, mas a multidão sempre precisa voltar para casa. E essa é uma característica muito importante: um discípulo permanece junto ao Mestre enquanto a multidão se vai.

Jesus deu uma ordem contundente aos seus melhores amigos, geralmente associamos à palavra CHAMADO! Mas repito, não foi apenas um chamado, mas uma ativa ordenança de como os discípulos deveriam viver.

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” Mateus 28:18-20

Gosto muito dessa passagem de Mateus e tenho uma conexão pessoal com este texto. Pois, em 2014 eu estava fazendo um treinamento em JOCUM Fortaleza, o Shine, e ali eu questionei ao Senhor: “Mais um curso, Senhor? Para quê mais um curso?” E foi aí que eu ouvi: “Mateus 28.18”. Então, abri minha Bíblia e senti grande paz  ao ver o Senhor me respondendo.

Mas, o que é ser um discípulo? Quais as características de um verdadeiro e comprometido seguidor de Jesus? Neste devocional, buscaremos conhecer o coração de Deus e o que a Bíblia diz a respeito desse tema.

1. O discípulo tem comunhão com o Pai

“E, em seu amor, nos predestinou para sermos adotados como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, segundo a benevolência da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos outorgou gratuitamente no Amado.” Efésios 1.5-6

Fomos adotados por meio de Jesus e por isso nos tornamos filhos. Deus nos amou primeiro e nos escolheu para sermos conforme a sua imagem. À medida que o conhecemos somos transformados pela sua glória. O Breve Catecismo de Westminster afirma que “o fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre.” O que esta afirmação te faz pensar? Leia o que diz o Salmista:

“Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra.” Salmos 73:25

Nosso fim principal é DESFRUTAR do Senhor, é ter nosso prazer Nele. É contemplar a sua beleza, toda a sua grandeza e a sua bondade. Como discípulos podemos ter comunhão com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo e passamos a ser testemunha viva de quem Jesus é. Nos tornamos parecidos com Jesus e resplandecemos à sua glória.

E como acontece essa comunhão? Através de uma vida de oração, adoração, meditação e estudo da Palavra. Não de forma esporádica ou casual, mas diariamente crescemos em buscar o Senhor e perseveramos nesse valor.

2. O discípulo faz parte da família de Deus

“Portanto, não sois mais estrangeiros, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus,” Efésios 2.19

Além de termos comunhão com o Pai, agora somos membros da família de Deus. Não precisamos mais andar sozinhos, solitários e independentes. Porém, podemos contar com muitos irmãos na família da fé. Ainda, em Atos 2.42 é possível observar algumas atividades daquela igreja local que estava começando a nascer. Eles perseveravam:

Na doutrina dos Apóstolos: Eles obedeciam os ensinos dos Apóstolos.

Na comunhão: Eles insistiam no relacionamento entre os irmãos. Tinham tudo em comum e vendiam as suas posses para dividirem o que possuíam entre todos.

No partir do pão: Eles celebravam a Ceia do Senhor relembrando o significado do sacrifício de Jesus. O pão simboliza o seu corpo partido na cruz e o vinho o sangue derramado pelos nossos pecados. Assim, eles anunciavam a morte de Cristo em nosso lugar e que um dia Ele retornará para nos buscar.

Nas orações: A Igreja perseverava em oração e orar é uma forma de ouvir a Deus e compreender seu coração.

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” Atos 2:42

3. O discípulo é um servo amoroso

“Antes de tudo, exercei profundo amor fraternal uns para com os outros, porquanto o amor cobre uma multidão de pecados. Sede hospitaleiros uns para com os outros, sem vos queixar. Servi uns aos outros de acordo com o dom que cada um recebeu, como bons administradores da multiforme graça de Deus.” 1 Pedro 4.8-10

Que realidade maravilhosa é saber que o amor cura a nossa alma e nos leva a um patamar de liberdade sobrenatural. O profundo Ágape de Cristo é a fonte de nossas vidas, pois o seu amor cobre uma multidão de pecados. E agora, somos convocados a continuar liberando a vida de Deus através de nossas ações mais simples. Não somos exigidos naquilo que não podemos dar, mas exortados a servir com os dons recebidos de Deus, isso é sabedoria e boa administração da multiforme graça do Senhor.

4. Somos testemunhas de Cristo

“Então, convocando-os novamente, ordenaram-lhes que não falassem, tampouco ensinassem em o Nome de Jesus. Contudo, Pedro e João propuseram-lhes: “Julgai vós mesmos se é justo diante de Deus obedecer a vós mais do que a Deus. Pois não podemos deixar de falar de tudo quanto vimos e ouvimos!” Atos 18-20

Um discípulo verdadeiro não consegue esconder sua luz, mas é impulsionado a falar tudo quanto viu e ouviu. Então pense: o que você tem vivido com o Senhor? Assim como Pedro e João, você também não consegue deixar de falar?

Provavelmente, já tenha lido na Bíblia que Jesus era diferente em seu ensinar, pois ele não ensinava como os mestres da lei, mas tinha autoridade para falar. Isso é a respeito da vivência acima das palavras. Há uma música da Banda Fruto Sagrado que diz: “O que a gente faz fala muito mais do que só falar.” Em nosso estilo de vida, somos desafiados a viver além do mero falar do evangelho, mas principalmente ser em essência cheios de amor, retidão, justiça e piedade.

Conclusão

Como aprendemos, a Grande Comissão não é apenas um chamado, mas uma ordem dada aos discípulos pelo próprio Jesus: IDE! Fomos convocados a ensinar e obedecer  tudo que o Senhor nos ordenou. Nos tornamos parecidos com Jesus quando desfrutamos de sua presença, o buscamos de todo o nosso coração e perseveramos no estudo da Palavra, na comunhão dos Santos, na oração, no partir do pão.

Nossa maior missão como Igreja é fazer discípulos de todas as nações, batizando-os e ensinando com o nosso estilo de vida mais do que com as nossas palavras. Então, vamos ampliar a nossa visão? Pois o Senhor, quer nos usar para levar boas novas, então alargue o espaço de sua tenda e firme bem as estacas.

“Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a direita e para a esquerda…” Isaías 54:2-3a

Desde os meus treze anos, sentia um forte desejo de orar pelas nações da terra. Acreditava, como ainda hoje acredito, que podemos mudar tudo através da oração. Portanto achei que o mais próximo que tinha vivido de ser uma missionária foi ter ido à África e feito missão naquele continente.

Mas Deus queria me ensinar muitas coisas a respeito da vida de um missionário e como poderia cumprir o “Ide”que a palavra fala neste versículo:  “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15

Afinal é possível você ser um missionário no seu local de trabalho, ou pela mudança de uma cidade para outra.

Todos nós estamos de alguma maneira respondendo ao chamado do Senhor.

O que enfrentei quando me tornei missionária no Brasil:

Quando comecei a contar para os meus amigos que iria me tornar missionária, enfrentei várias reações.

A primeira delas foi perguntarem se eu iria viver em pobreza e para que país eu iria me mudar. Essas são as questões que normalmente pensamos ao nos lembrarmos de algum missionário. Temos uma ideia de que somente é missionário aquele que viaja para outra nossa nação e que missionários passam fome.

Alguns amigos, no primeiro momento, ofereceram apoio no que eu precisasse. Escutei algo de um casal de amigos que me marcou muito.Eles me falaram: “Muitos que você acha que irão apoiar sua jornada te dirão não, mas você também receberá muitas respostas positivas e de apoio”.

Tenho aprendido nestes quase três anos, que Deus tem seus meios e seus caminhos. E que Ele não fica devendo nada a ninguém.

Essa missionária aqui precisava abrir mão de algumas coisas. Precisava amar e servir sua nação. Hoje tenho feito isso através de uma sala de oração. Tenho servido minha nação e também a igreja brasileira.

Aprendi nesses anos que Deus sempre envia socorro. Ao escutarmos Seu Chamado, veremos Seu Poder e Seu Amor mesmo nos mais duros desafios.

Ele é um Pai de amor e se o servimos com integridade seja em qual esfera for. Ele mesmo será nossa recompensa.

Missões é um chamado para você.

Não sei onde você está cumprindo o seu Ide. Seja em uma casa de oração ou em alguma nação esquecida da terra, faça isso para Ele. Cumpra o Ide sendo o melhor funcionário que seu chefe pode ter. Dentro da empresa que você está, tem homens e mulheres esperando para ouvir as boas novas do evangelho.

Viva para a audiência de um, viva para Aquele que o chamou. Faça tudo para que o nome Dele seja conhecido por toda a terra.  

Estou cumprindo ao chamado que o Mestre fez em Marcos 16:15 . Sou uma voz da parte de Deus para as pessoas que me cercam.Sou uma voz dentro de uma sala de oração e até mesmo sou uma voz para você que está lendo minhas palavras.

“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. Atos 1:8

Você sabe qual é a perspectiva de Jesus para a multidão? Existe algo de tão notável em Jesus que mexe profundamente com o meu coração: Jesus não apenas fez boas obras quando andou pela terra a pregar o evangelho do reino, mas ele notou a multidão e compadeceu-se dela. Jesus não via as pessoas apenas como um aglomerado de gente sem nome, sem história e sem drama. Ele as percebia como ovelhas que não têm pastor, aflitas e exaustas.

Jesus enxerga a multidão por todos os lados, de todos os ângulos e perspectivas. O seu olhar é apurado, intenso e sobrenatural. Confesso que, muitas vezes, só vejo um aglomerado de pessoas. E só de imaginar já me sinto sufocada, quase em claustrofobia. Mas Jesus, além de perceber, se envolve, se compadece, se importa. Ele sente compaixão. Como ele consegue fazer isso? Como podemos seguir o seu exemplo? Como nós podemos ter a mesma perspectiva de Jesus?

“E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para sua seara.” Mateus 9.35-38

“Depois disso, Jesus passou por todas as cidades e vilas da região. Ele ensinava nas sinagogas, onde o povo costumava se reunir, apresentando as notícias do Reino, curando os corpos doentes e restaurando vidas marcadas pelo sofrimento. Ver as multidões diante de si lhe fazia doer o coração. O povo estava confuso e sem rumo, eram como ovelhas sem pastor. “Que grande colheita temos aqui”,  disse aos discípulos, “mas tão poucos trabalhadores! Ajoelhem-se e orem, pedindo mais trabalhadores.” Mateus 9.35-38 (A Mensagem)

Você já observou um campo de futebol lotado de pessoas a esperar pelo início do jogo? Ou, quem sabe, uma festa popular onde tanta gente espera pela show? Mudemos agora o cenário e pensemos em milhares de pessoas passando fome na África, esperando a comida chegar para aliviar um pouco da fome. Eles se debatem a procura de uma porção de alimento. Imagine então, tantos refugiados que descem dos barcos a espera de uma nova história e de um novo tempo, assolados pelas dores e pelas perdas. O que todas essas imagens têm em comum? O que elas nos fazem pensar? Todas elas nos remetem a multidão ESPERANDO por um milagre. ESPERANDO POR ESPERANÇA. E essa é a perspectiva de Jesus.

Alguns de nós podemos ver apenas um aglomerado, uma massa, um agrupamento, um ajuntamento. Mas Jesus viu pessoas sem rumo que precisavam de uma voz, que precisavam de uma direção. Que precisavam de um pastor. E não podemos dizer que as pessoas continuam a buscar pelas mesmas coisas? Eu não sei quanto a você, mas eu já me senti assim: perdida! Sem rumo! Sem direção! Sem saber que decisão tomar na vida ou que caminho seguir. Mas existe um pastor, tanto para mim, como para você. Existe um Pastor Supremo que se compadece da multidão. Sim, existe um pastor para a multidão. Ele mesmo nos prometeu que irá buscar as suas ovelhas perdidas.

“Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e a buscarei. Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar, diz o Senhor Deus. A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei… apascentá-las-ei com justiça. Ezequiel 34.11,15-16

Então, ao ver a multidão e após sentir compaixão por ela, Jesus ensinou ao seus discípulos qual seria o nosso dever. Jesus ressaltou: “A seara, é grande, poucos são os trabalhadores, rogai ao Senhor da seara que envie trabalhadores para sua seara”. A mensagem dada aos discípulos concluía que havia muito a ser feito, e poucos que o fizessem. Mas que apenas o Senhor da seara poderia dispor de mais trabalhadores para realizar a tarefa de colher. E o segredo para mais trabalhadores é rogar ao Senhor da seara pela disponibilidade de mais obreiros.

Que hoje possamos olhar a multidão em qualquer lugar pela perspectiva de Jesus. Que hoje, a nossa oração seja a que Ele ensinou: Pai de amor e Senhor da seara, rogamos para que envie, para que levante mais trabalhadores para sua seara, mais obreiros para missões, mais evangelistas, pastores e líderes. Mais homens e mulheres segundo o teu coração, comprometidos com a tua obra e com o IDE de Jesus.